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Inflação desacelera em março, mas alimentos e passagens aéreas continuam pressionando o bolso

IPCA sobe 0,56% no mês e acumula alta de 5,48% em 12 meses

  • Foto do(a) author(a) Carol Neves
  • Carol Neves

Publicado em 11 de abril de 2025 às 10:49

Supermercado
Supermercado Crédito: Shutterstock

A inflação oficial do país, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), registrou alta de 0,56% em março, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Embora o resultado represente desaceleração em relação a fevereiro, quando a inflação foi de 1,31%, o acumulado em 12 meses ainda preocupa, com avanço de 5,48% — acima do teto da meta estabelecida pelo Banco Central, que vai até 4,5%.

No acumulado do ano, a inflação soma 2,04%. A variação de março ficou em linha com as expectativas do mercado, que projetavam esse mesmo percentual. Todos os nove grupos pesquisados pelo instituto apresentaram aumento nos preços, com destaque para Alimentação e bebidas, responsável por quase metade da alta do mês, com impacto de 0,25 ponto percentual.

Os produtos alimentícios continuam sendo os grandes vilões do orçamento doméstico. A alimentação no domicílio subiu 1,31% em março, puxada por aumentos expressivos no tomate (22,55%), no ovo de galinha (13,13%) e no café moído (8,14%). A falta de chuvas, o calor excessivo e a maior demanda durante a Quaresma explicam, segundo o IBGE, o encarecimento desses itens. Por outro lado, houve queda nos preços do óleo de soja (1,99%), do arroz (1,81%) e das carnes (1,60%).

A alimentação fora de casa também pesou mais no orçamento, com avanço de 0,77% no mês. Itens como refeição (0,86%) e cafezinho (3,48%) tiveram aumentos mais acentuados do que em fevereiro, quando subiram 0,29% e 0,47%, respectivamente. O índice de difusão da inflação, que mostra o grau de espalhamento dos aumentos de preços, ficou em 61% — mesmo percentual de fevereiro, mas ainda abaixo de janeiro, sinalizando uma inflação menos disseminada.

Outros setores também contribuíram para o avanço do IPCA. O grupo Despesas pessoais teve a segunda maior variação (0,70%), influenciado pelo subitem cinema, teatro e concertos, que subiu 7,76% após o fim da semana do cinema promovida em fevereiro. Já no grupo dos Transportes (0,46%), o destaque foi a passagem aérea, que aumentou 6,91%. Os combustíveis também tiveram impacto, mas desaceleraram: a gasolina subiu 0,51%, bem abaixo da alta de 2,78% registrada no mês anterior.

No grupo de Vestuário, a inflação foi de 0,59%, refletindo altas nos preços de calçados e acessórios (0,65%), roupas femininas e masculinas (0,55% cada) e roupas infantis (0,29%). Esse grupo, que havia se mantido estável em fevereiro, voltou a registrar aumentos.

Um alívio veio do setor de Habitação, que havia puxado a inflação em fevereiro devido ao fim do desconto do Bônus de Itaipu nas contas de luz. Em março, a energia elétrica residencial desacelerou, com variação de apenas 0,12%. A inflação de serviços também arrefeceu, passando de 0,82% para 0,62% no mês. Em 12 meses, esse segmento acumula alta de 5,88%.

Já os preços monitorados, como tarifas públicas e combustíveis, tiveram uma desaceleração significativa, de 3,16% em fevereiro para 0,18% em março, com alta acumulada de 5,12% em 12 meses.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que reflete a inflação para famílias com menor renda, subiu 0,51% em março, abaixo da alta de 1,48% registrada em fevereiro. No acumulado de 12 meses, o índice chegou a 5,20%.

Apesar do respiro em relação a fevereiro, os dados de março mantêm o alerta aceso para o comportamento da inflação ao longo do ano, especialmente com o impacto contínuo do clima na produção de alimentos e a pressão de serviços e transportes sobre o orçamento familiar.