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Damares Alves será ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos
Da Redação
Publicado em 13 de dezembro de 2018 às 21:33
- Atualizado há 2 anos
A advogada e pastora Damares Alves, confirmada para o futuro Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, afirmou hoje (13) que foi vítima de abuso sexual na infância. Ela disse ainda que não se sente ofendida pelas críticas que recebeu na internet ao ter afirmado, em um vídeo postado nas redes sociais, que viu Jesus Cristo subir em um pé de goiaba, quando ela tinha 10 anos de idade.
A ministra conversou com a imprensa na saída do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília, sede do governo de transição.
"As crianças têm amigos imaginários. Hoje, os pais compram unicórnios para as crianças, que não existem. Eu, aos 10 anos de idade, quando quis me suicidar, eu tive o meu amigo imaginário. Eu estava em cima de um pé de goiaba, ia tomar veneno, ia morrer, era muita dor na alma por todos os abusos que passei. E, quando eu estava em cima do pé de goiaba, eu não vi um unicórnio, eu não vi um amigo imaginário. Eu vi o que eu acreditava: Jesus", afirmou.
Violência De acordo com a futura ministra, que trabalhou no gabinete do senador Magno Malta (PR-ES), a visão que teve na infância a ajudou a superar um trauma de violência. "Assumi que fui vítima da pedofilia, que fui vítima de dores. O Brasil inteiro, meu público todo sabe o que é o pé de goiaba ao ponto que queriam que eu lançasse um livro", afirmou.
Mais cedo, Jair Bolsonaro postou uma mensagem na sua conta oficial no Twitter criticando a repercussão na mídia das declarações de Damares. Segundo o presidente eleito, a fala de sua indicada foi tratada com deboche.
"É surreal e extremamente vergonhoso ver setores da grande mídia debocharem do relato da futura ministra Damares Alves sobre a fé em Jesus Cristo, que a livrou de um suicídio desejado por conta de abusos sofridos na infância. Lamentável", postou.
Funai Damares Alves disse ainda que está trabalhando na montagem da equipe, que pretende apresentar em breve, e sinalizou que deverá manter o comando atual da Fundação Nacional do Índio (Funai) quando assumir o ministério em janeiro. A autarquia ficará subordinada à sua pasta.
"A Funai vai ser recebida como está neste momento agora. Se tiver que fazer modificações na Funai, serão lentas e graduais. Parece que o atual presidente, o Wallace, é uma pessoa muito sensata, muito centrada", afirmou, em referência ao administrador Wallace Moreira Bastos, que preside a Funai desde abril deste ano. Ela disse que vai fazer uma visita à fundação na próxima semana.