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Tharsila Prates
Estadão
Publicado em 21 de novembro de 2024 às 09:33
O governo federal adiou a divulgação da lista final de aprovados no Concurso Nacional Unificado (CNU), o “Enem dos Concursos”, que estava prevista para acontecer nesta quinta-feira (21). Uma nova data foi anunciada pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI): 11 de fevereiro de 2025.
Segundo informações do Estadão, o adiamento ocorre em meio a um impasse gerado por uma decisão judicial que exige a reintegração ao concurso de candidatos que haviam sido eliminados por não terem completado todo o processo de identificação do cartão de respostas da prova.
A Justiça Federal do Tocantins entendeu que, conforme as instruções contidas no exame, deveriam ser desclassificados apenas os participantes que não tivessem preenchido, cumulativamente, os dois campos de identificação: a bolinha com o número do gabarito e a frase na capa do caderno.
Assim, deu um prazo de 10 dias para que o governo e a Fundação Cesgranrio republicassem os resultados do concurso publicados até então, incluindo os nomes desses participantes.
Na prática, isso significa divulgar as notas das provas de múltipla escolha feita pelos candidatos e da avaliação escrita, para aqueles que atingiram a nota de corte.
Um período também deverá ser aberto para o envio de títulos, no caso dos cargos que exigem essa etapa, e para a realização dos procedimentos de verificação dos concorrentes à reserva de vagas para negros, indígenas e pessoas com deficiência.
Todas essas etapas, incluindo prazos de recursos, já foram concluídas pelos participantes que não haviam sido eliminados. E o grupo só esperava a divulgação do resultado final.
O problema aconteceu porque os cadernos de prova do CNU tinham várias versões, ou seja, as questões eram as mesmas para todos os candidatos de um determinado bloco temático, mas a ordem das perguntas e das alternativas estavam embaralhadas, para evitar cola.
Assim, na hora de preencher o cartão de respostas, os participantes precisavam identificar qual era a versão da sua prova, pintando a bolinha correspondente ao número do gabarito. Além disso, deveriam transcrever a frase que estava na capa do caderno. Apesar dessas instruções estarem descritas na prova, muitos candidatos alegaram que foram orientados pelos fiscais de aplicação de que bastava a transcrição da frase. A Justiça, contudo, entendeu que os fiscais de prova não deram orientações claras.
O Ministério da Gestão, responsável pelo “Enem dos Concursos”, havia informado que “as próximas ações e orientações serão comunicadas no momento oportuno, respeitando o trâmite legal e o compromisso com a transparência no processo”.
O CNU é um modelo de seleção de servidores criado pelo governo Lula e que prevê a realização conjunta de concursos públicos para cargos em órgãos e entidades da administração federal.