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G20 Brasil: 1% mais rico do mundo fica com 2/3 da riqueza gerada desde 2020, diz Mauro Vieira

A redução da desigualdade é um 17 ODS a serem atingidos até 2030

  • Foto do(a) author(a) Estadão
  • Estadão

Publicado em 23 de julho de 2024 às 11:30

O ministro das Relações Exteriores do Brasil Mauro Vieira
O ministro das Relações Exteriores do Brasil Mauro Vieira Crédito: Agência Brasil

O ministro das Relações Exteriores e coordenador do grupo de Desenvolvimento do G20, Mauro Vieira, disse nesta terça-feira, 23, que os países não só estão atrasados como também recuaram em parte dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas.

"O 1% mais rico do mundo ficou com quase dois terços de toda a riqueza gerada desde 2020, segundo dados da Fundação Oxford", afirmou. A redução da desigualdade é um 17 ODS a serem atingidos até 2030.

O ministro participa nesta terça-feira do segundo dia de reunião ministerial de Desenvolvimento, que hoje tem como tema "Combate às desigualdades e cooperação trilateral". O encontro acontece no Galpão da Cidadania, na Gamboa, zona portuária do Rio.

Mauro Viera também mencionou que os 10% mais ricos do globo são responsáveis por metade das emissões de carbono no planeta em 2020. A ação contra a mudança global do clima é outro dos 17 ODS

O chanceler lembrou que o Brasil criou voluntariamente o 18º ODS, que é a igualdade etno-racial, e afirmou que o país, que no momento ocupa a presidência do G20, está profundamente comprometido com a implementação dos ODS.

"É essencial alcançarmos os objetivos ambiciosos estabelecidos na agenda 2030. Durante o primeiro semestre da presidência de turno brasileira, o grupo de trabalho de Desenvolvimento do G20 dedicou um grande interesse também ao tema prioritário da cooperação trilateral", comentou.

O ministro das Relações Exteriores mencionou ainda a elaboração de uma iniciativa de intercâmbio de experiências e boas práticas de cooperação trilateral a ser adotada voluntariamente por países membros do G20, convidados e organismos internacionais, além dos tradicionais modelos bilaterais.

O ministro lembrou também que o Brasil retomou vários programas com o objetivo de gerar avanços em direção aos ODS, como o Bolsa Família, o Plano Brasil Sem Fome, o Plano de Transformação Ecológica, o Plano de Ação para a Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal e o Plano de Aceleração do Crescimento.

Também presente no evento, a ministra Anielle Franco, da Igualdade Racial, frisou que uma sociedade desenvolvida é aquela em que ninguém passa fome e onde a cor da pele não seja determinante para saber se você vai ter três refeições ou não, se voltará para casa, se terá moradia digna ou acesso à educação e segurança ambiental e climática.

Declaração conjunta

Na segunda-feira, dia 22, foi publicada a primeira declaração de consenso em nível ministerial do G20 desde o início da guerra da Ucrânia, em fevereiro de 2022.

A presidência brasileira no bloco costurou o acordo com os demais integrantes do G20 para deixar o tema dos conflitos geopolíticos fora das declarações conjuntas dos grupos de trabalho. Nela, os países reconhecem que a desigualdade nos e entre os países está na raiz da maior parte dos desafios abordados pela Agenda 2030.

Com o entendimento, formatado na terceira reunião de sherpas (representantes dos chefes de Estado), no início deste mês, ficou acertado que o Brasil passa a emitir comunicados individuais sobre os atuais conflitos globais, o que aconteceu na segunda-feira.

O texto informa que membros do G20 e outros países expressaram seus pontos de vista sobre a guerra na Ucrânia e o conflito na Faixa de Gaza. Os temas serão tratados entre os sherpas até a Cúpula de Chefes de Estado, em novembro.