Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Esther Morais
Publicado em 23 de abril de 2025 às 14:02
A Polícia Federal investiga um esquema criminoso que movimentou ao menos R$ 6 bilhões em fraudes contra aposentados e pensionistas entre 2019 e 2024 por meio do Instituto Nacional do Seguro Social. A instituição ainda não informou quantas pessoas foram lesadas, no entanto, é possível checar por si só se houve um desconto indevido na sua conta, bloquear a cobrança e pedir devolução do dinheiro. >
Para identificar se foi vítima, basta acessar o aplicativo Meu INSS e baixar o contracheque, onde consta o informe de rendimento mensal. No documento consta todos os descontos e seus valores, a exemplo da aposentadoria, pensão e, se houver, empréstimo consignado. Se ainda tiver desconto para prestar contas com alguma associação que não foi contratada, é possível que seja um golpe.>
Neste caso, a advogada previdenciarista e trabalhista, Juliana Costa Pinto enumera três possibilidades: é possível fazer o requerimento administrativo de exclusão do desconto, bloquear o benefício para que não sofra nenhum abatimento e para não permitir nenhum tipo de cobrança de associação e, por fim, judicializar o caso e pedir a restituição dos valores. Nas duas primeiras opções é possível excluir ou bloquear o pagamento pelo Meu INSS. Na última opção, é preciso buscar um advogado.>
Em caso de processo, o aposentado pode ainda conseguir um valor por danos morais. "O melhor caminho é a via judicial. O INSS presta serviço público e tem a obrigação de assegurar aos segurados que não vão sofrer golpe por conta de má gestão do fundo", afirma.>
Os ministros Ricardo Lewandowski (Justiça e Segurança Pública) e Carlos Lupi (Previdência) afirmaram, nesta quarta-feira (23), que a devolução do dinheiro descontado será analisada “caso a caso”. >
Segundo apurações, entidades sem estrutura falsificavam assinaturas para vincular aposentados e realizar descontos ilegais. O presidente do INSS foi afastado após o escândalo. O presidente do INSS foi afastado após o escândalo.>
A Controladoria-Geral da União (CGU) auditou 1,3 mil aposentados e 29 entidades, constatando que a maioria não reconhecia os descontos. Onze entidades tiveram contratos suspensos por irregularidades, mas a identidade delas não foi divulgada até a publicação da matéria. >
Ricardo Lewandowski declarou ainda que aposentados e pensionistas se tornaram "vítimas fáceis" dos criminosos que desviaram parte dos pagamentos do INSS. A fala foi dada durante coletiva sobre operação da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU) contra fraudes no instituto.>
"Foi uma operação de proteção aos aposentados, uma fraude contra pessoas em fase avançada da vida, naturalmente mais vulneráveis, que foram vítimas fáceis de criminosos que tomaram suas aposentadorias e pensões", disse Lewandowski sobre ação da PF.>
O ministro informou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi avisado sobre a operação pelo diretor da PF, Andrei Passos Rodrigues, e demonstrou "preocupação" e "interesse" no caso.>