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Da Redação
Publicado em 27 de janeiro de 2019 às 09:37
- Atualizado há 2 anos
O deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ) decidiu se refugiar na Espanha. Na última quinta-feira (24), Wyllys informou que não tomará posse para o terceiro mandato, no mês que vem, por ser alvo de constantes ameaças de morte e de conteúdo falso na internet, e acusou o Ministério da Justiça e da Segurança Pública, comandado por Sérgio Moro, de omissão. O parlamentar faz oposição ao governo de Jair Bolsonaro.
De acordo com o Estadão, a Espanha foi escolhida devido ao idioma. O deputado quer lecionar em universidades locais e se dedicar à produção de um livro. Na carta deixada para colegas de partido, Jean Wyllys disse que formou a convicção de que precisava ir embora após as revelações sobre envolvimento de milicianos do Rio de Janeiro, cidade onde mora, com a morte da vereadora Marielle Franco.
O Ministério da Justiça e da Segurança Pública, comandado por Sérgio Moro, informou que não houve omissão por parte das autoridades do governo e da Polícia Federal com relação às ameaças relatadas pelo deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ). No comunicado, o ministério diz repudiar a conduta daqueles que “se servem do anonimato da internet para covardemente ameaçar qualquer pessoa e em especial por preconceitos odiosos”, e afirma ainda que, ao longo de 2017 e de 2018, a PF instaurou “diversos” inquéritos para apurar as ofensas e ameaças contra o político baiano. Segundo a pasta, ainda há investigações em andamento e, inclusive, um dos autores de ameaças contra o parlamentar já foi identificado e preso. Marcelo Valle Silveira Mello, que já foi condenado a 41 anos, seis meses e 20 dias de prisão por associação criminosa, foi detido no ano passado por conta de ameaças ao congressista. As condenações anteriores a Mello também incluíam divulgação de imagens de pedofilia, racismo, coação, incitação ao cometimento de crimes e terrorismo cometidos na internet. A defesa de Mello não foi localizada. O ministério disse lamentar “a decisão do deputado de deixar o país, mas não corresponde à realidade a afirmação de que há omissão das autoridades constituídas”.