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Folião é morto ao defender amigo que esbarrou em mulher no Carnaval do Recife

Família diz que suspeito de atirar é PM que foi liberado após crime

  • Foto do(a) author(a) Carol Neves
  • Carol Neves

Publicado em 3 de março de 2025 às 08:05

João Amâncio deixa dois filhos e esposa
João Amâncio deixa dois filhos e esposa Crédito: Reprodução

Um folião de 32 anos foi morto a tiros ao defender um amigo em uma discussão na passagem subterrânea da Avenida Sul, após o desfile do Galo da Madrugada, no Recife. A família acredita que o homem que atirou seja policial militar. O caso ainda está sob investigação.

O homem, identificado como João Amâncio, foi assassinado ao tentar defender um amigo, segundo seu irmão, Deneval Amâncio, que presenciou a cena. O crime ocorreu no sábado (1º), quando o grupo voltava do desfile do Galo da Madrugada.

Pai de dois meninos, de 12 e 5 anos, João era um caldeireiro experiente e apaixonado pelo Carnaval. Ele viajou de Cabo de Santo Agostinho a Recife com amigos e familiares em um ônibus fretado. O veículo ficou estacionado no bairro do Cabanga, e o grupo acessou a Avenida Sul por uma passagem subterrânea de pedestres. A vítima estava fantasiada de Fred Flintstone e aproveitava a folia com a esposa e amigos. Quando o desfile acabou, o grupo recolheu seus pertences e seguiu em direção ao ônibus.

Durante o trajeto, uma mulher esbarrou em David, amigo de João. A mulher então teria iniciado uma discussão e partido para cima dele. "Meu irmão perguntou 'o que foi aí?' e, antes que alguém pudesse responder, o namorado da mulher puxou a arma e atirou", contou em entrevista ao Uol Deneval. João foi atingido no tórax e caiu no chão.

O atirador saiu andando e foi abordado por quatro policiais militares. "Ele botou a mão no bolso, mostrou a carteira, e os PMs liberaram. Deixaram ele ir como se nada tivesse acontecido." O irmão da vítima acredita que o suspeito é um policial militar. Deneval disse que foi agredido ao questionar a liberação do suspeito. "Eu gritei: 'Vocês liberaram o cara, que é polícia igual a vocês!'. Aí me jogaram no chão e me seguraram à força." Ele foi levado à delegacia, onde registrou o ocorrido e passou por exame de corpo de delito.

João foi socorrido, mas a família acredita que ele já tenha chegado morto ao hospital. "Os PMs colocaram meu irmão na mala da viatura e o levaram para o Hospital da Restauração. Mas eu vi que ele já estava morto. Quando cheguei lá, só me chamaram para avisar que ele tinha morrido", disse Deneval.

Família devastada

A esposa de João está em choque após ter visto o marido ser baleado na sua frente. Deneval contou que ela entrou em desespero e ainda não conseguiu falar sobre o ocorrido. "Minha mãe está destruída, sem chão. A gente só quer justiça", desabafou o irmão da vítima. O amigo de João também foi atingido e permanece hospitalizado. "David levou um tiro no queixo e ainda está internado no Hospital da Restauração." O estado de saúde de David não foi atualizado, já que o hospital não divulgou informações sobre pacientes.

A identidade do suspeito permanece em sigilo. "No velório, a gente soube que ele se apresentou à polícia, mas não divulgaram o nome. Por que ele não foi preso em flagrante?" questionou Deneval. O caso está sendo investigado pela 1ª Delegacia de Homicídios.

A Polícia Civil diz que um inquérito foi instaurado para apuração do caso. A corporação confirma que João foi baleado na Avenida Sul e levado por PMs ao Hospital da Restauração, onde morreu. Identidade do suspeito não foi divulgada, assim como detalhes do crime. Nem a Civil, nem a PM falaram sobre a acusação da família de que o suspeito foi liberado após o crime.