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Estadão
Publicado em 9 de abril de 2024 às 14:01
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) disse nesta segunda-feira, 8, que um eventual impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes não é o caminho "que vai resolver o problema do Brasil". A declaração dada no programa de entrevista Roda Viva, da TV Cultura, ocorre após o empresário Elon Musk dizer que Moraes deveria "renunciar ou sofrer um impeachment".
O "01? filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) também defendeu bilionário, afirmando que o dono do X (antigo Twitter) não cometeu nenhum crime. "É um cidadão americano, uma empresa privada. No meu ponto de vista, não cometeu crime nenhum, ele apenas falou, se posiciona, fez uma pergunta a um ministro que usa a rede social dele", disse. Flávio também defendeu que a situação, a qual julga não ser institucional, mas, sim, relativa a apenas um ministro, só se normalizará quando os inquéritos das milícias digitais e das fake news forem arquivados.
A investigação das milícias digitais foi aberta a partir do inquérito dos atos antidemocráticos. A suspeita é que apoiadores do ex-presidente tenham se organizado nas redes sociais para incentivar ataques contra as instituições democráticas. Musk foi incluído por Moraes na investigação em despacho assinado neste domingo, 7, após as publicações do bilionário.
Na entrevista, o senador acrescentou ainda que o Supremo precisa voltar a ser "uma Corte constitucional e "não uma Corte criminal". "A percepção da população é que só se olha para investigar ou para tentar amordaçar uma determinada ala da política dentro do Brasil, o que está errado."
Especificamente sobre Moraes, o filho do ex-presidente qualificou a postura do ministro como "exagerada", "fora da lei" e "contraditória".
Neste final de semana, Musk afirmou que Moraes "traiu descaradamente e repetidamente a Constituição e a população do Brasil". As críticas começaram após a exigência da Justiça brasileira pela suspensão de perfis na rede social do bilionário Musk foi até o perfil de Moraes na rede social e questionou os motivos do ministro "estar exigindo tanta censura no Brasil?".
Nesta segunda, o bilionário, que se diz um "absolutista da liberdade de expressão", se referiu a Moraes como "ditador do Brasil" e afirmou que o magistrado possui "Lula na coleira".
Mais cedo, o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, divulgou uma nota institucional com críticas ao que chama de "instrumentalização criminosa das redes sociais". Segundo ele, toda e qualquer empresa que opere no Brasil está sujeita à Constituição Federal.