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Carol Neves
Publicado em 19 de março de 2025 às 14:09
“É o preço para subir em campeonato”. Essa foi a resposta de Marcos Antônio Moraes Paz, conhecido como “DJ Macaully”, quando a esposa, Aparecida Paloma, pediu que ele cuidasse da saúde. O fisiculturista baiano de 32 anos morreu no último sábado (15), em Goiânia, após passar mal devido ao uso de anabolizantes. Ele se preparava para um campeonato no próximo mês e já havia pago a inscrição de R$ 680. >
Aparecida contou ao G1 que Marcos estava "cego" pelo sonho de se tornar um atleta de sucesso, mas ignorou repetidos alertas sobre os riscos à saúde. Dias antes da morte, ela enviou mensagens preocupadas: “Sua saúde não está nada bem, sua respiração não tá legal, seu xixi não tá normal, seu sono não está bom e seus rins não estão conseguindo aguentar a pressão”. >
Na casa do atleta, a família encontrou caixas de medicamentos, incluindo trembolona e clenbuterol, substâncias de uso veterinário. O clenbuterol é indicado para crises asmáticas em cavalos, enquanto a trembolona não tem aprovação da Anvisa para humanos.>
“Eu não tô pedindo pra não competir, só cuidar antes que piore”, chegou a dizer Aparecida em outra mensagem. Ela afirmou que um nutricionista acompanhava o marido. >
O caso é investigado pela Polícia Civil. O corpo de Marcos foi enterrado nessa segunda-feira (17), na cidade de Malhada, no sudoeste baiano, terra natal do fisiculturista. Em nota de pesar, a Secretaria de Cultura de Malhada, por meio do secretário Ginaldo, lamentou a morte de "Macaully, líder da quadrilha junina e grande contribuinte da cultura local". "Macaully deixou um legado inestimável em nossa comunidade, com sua dedicação e paixão pela cultura popular. Sua contribuição para a preservação e divulgação das tradições juninas será sempre lembrada e honrada.">