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Estadão
Publicado em 29 de outubro de 2024 às 22:46
Fernando Miranda Iggnácio foi morto a tiros de fuzil, no dia 10 de novembro de 2020, no estacionamento do heliporto da empresa Heli-Rio Táxi Aéreo, após desembarcar de um helicóptero em um heliponto no Recreio dos Bandeirantes, no Rio de Janeiro. A sua morte seria resultado da disputa pelo domínio do jogo do bicho, deixado por Castor de Andrade, um dos mais famosos contraventores da história do Rio de Janeiro.
Nesta terça-feira, 29, Rogério de Andrade, foi preso acusado novamente pelo MP de ser o mandante do crime ocorrido em novembro de 2020. Iggnácio e Andrade são, respectivamente, genro e sobrinho de Castor, que morreu vítima de um infarto fulminante em 1997.
À época, o filho de Castor, Paulinho, era apontado como sucessor natural, mas ele foi assassinado cerca de um ano depois. Andrade chegou a responder como mandante do crime, mas foi absolvido.
Desde o falecimento do famoso contraventor, os herdeiros travam disputas pelo controle dos pontos de jogo do bicho e de máquinas caça-níqueis no Rio. Andrade reivindicava a sua posse sobre os pontos de bicho, videopôquer e máquinas caça-níquel.
Pelo assassinato de Iggnácio, foram pronunciados e serão levados ao 1º Tribunal do Júri, os PMs e ex-PMs Rodrigo Silva das Neves, Pedro Emanuel d'Onofre Andrade Silva Cordeiro e Otto Samuel d'Onofre Andrade Silva Cordeiro, de acordo com o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Durante o decorrer do processo, morreu Ygor Rodrigues Santos da Cruz, que também tinha sido denunciado pelo crime. As defesas não foram localizadas.
Andrade já tinha sido denunciado pela morte de Iggnácio em março de 2021. No entanto, em fevereiro de 2022, a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu trancar a ação penal contra o contraventor, alegando falta de provas.
Por meio de novo Procedimento Investigatório Criminal (PIC), o MP afirma que identificou não apenas sucessivas execuções protagonizadas pela disputa entre os contraventores Iggnácio e Andrade, mas também a participação de uma outra pessoa no homicídio.
De acordo com a nova denúncia do Gaeco, Gilmar Eneas Lisboa foi o responsável por monitorar a vítima até o momento do crime.
Ainda segundo a decisão judicial, a prisão preventiva dos denunciados se mostra necessária para garantia da ordem pública diante da gravidade dos crimes.
"Praticados de forma audaciosa e cinematográfica, com espetacularização do poder paralelo, o que incute na população temor e incerteza quanto à intervenção do poder público em solucionar a situação de violência que aterroriza a população."