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Fernanda Varela
Publicado em 27 de dezembro de 2024 às 14:00
Seis pessoas da mesma família, que comeram o bolo natalino intoxicado com arsênio em Torres, no Rio Grande do Sul, estranharam o sabor do doce, mas seguiram comendo mesmo assim. Segundo a Polícia Civil, tudo aconteceu quando sete pessoas se reuniram para um café da tarde em Torres, no litoral norte do Rio Grande do Sul.
Segundo um dos investigadores, a sobremesa estava com gosto diferente, apimentado, algo que não é comum para bolos doces, mas a família não deixou de comer. Apesar da alteração de sabor na sobremesa, o arsênico costuma ser uma substância sem cheiro ou sabor.
A substância foi achada no sangue de duas vítimas fatais e no da mulher que preparou o bolo. Ela, inclusive, é quem mais tem a substância no corpo, já que foi a única a comer duas fatias.
Suspeitas
Durante as investigações, a polícia foi até a casa da mulher que fez o bolo e encontrou diversos produtos vencidos, incluindo a farinha de trigo utilizada na receita. Ela, que foi a única a comer dois pedaços do doce, está internada.
O consumo do bolo deixou três mortos. A professora aposentada, Maida Flores da Silva, 58 anos, que era irmã da mulher que fez o bolo, morreu vítima de choque após intoxicação alimentar. Além dela, outra irmã, Neusa dos Anjos, de 65 anos, e sua filha, Tatiana dos Santos, de 43 anos, também não resistiram após uma parada cardiorrespiratória. O marido de uma das irmãs também chegou a ser hospitalizado, mas já recebeu alta.
Segundo a polícia, Zeli, que preparou a sobremesa, segue internada, assim como seu sobrinho-neto, um menino de 10 anos. O sétimo familiar que estava na confraternização não ingeriu o bolo.
A polícia investiga se o caso foi de envenenamento ou intoxicação alimentar. Além disso, o corpo do ex-marido da mulher que fez o bolo será exumado, pois ele morreu em setembro vítima de intoxicação alimentar. Na época, a polícia não fez exames, pois a causa foi considerada natural. Agora, com o caso envolvendo outros familiares, haverá uma investigação.