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Carol Neves
Publicado em 1 de abril de 2025 às 08:14
Treze ex-dirigentes e ex-funcionários da Americanas foram denunciados pelo Ministério Público Federal (MPF) nesta segunda-feira (31) por envolvimento em um esquema fraudulento que teria causado um prejuízo de aproximadamente R$ 25 bilhões. Entre os alvos da denúncia está Miguel Gutierrez, ex-CEO da companhia, que atualmente reside na Espanha. A informação foi publicada inicialmente pelo jornal O Globo e confirmada pela agência Reuters. >
A lista de denunciados inclui também Anna Saicali, ex-CEO da B2W, além de Thimoteo Barros e Marcio Cruz, ambos ex-vice-presidentes da empresa. Além deles, foram citados os ex-diretores Carlos Padilha, João Guerra, Murilo Corrêa, Maria Christina Nascimento, Fabien Picavet e Raoni Fabiano. >
Os procuradores apontam Gutierrez como o principal articulador do esquema e alegam que ele tinha conhecimento detalhado das irregularidades cometidas dentro da empresa, chegando a sugerir alterações nos balanços financeiros antes de sua divulgação. O MPF denunciou o ex-CEO pelos crimes de organização criminosa, insider trading, manipulação de mercado e falsidade ideológica, com estimativa de que sua participação direta envolva cerca de R$ 23 bilhões do montante total. >
A defesa de Thimoteo Barros se manifestou por meio do advogado Antonio Sergio Pitombo, que classificou a denúncia como "mais uma vez a possibilidade de outra acusação midiática em curso". Ele afirmou que a acusação será analisada e garantiu que a defesa buscará demonstrar na Justiça a falta de imparcialidade na condução do caso. >
A crise da Americanas veio à tona em 11 de janeiro de 2023, quando a companhia revelou inconsistências contábeis que, naquele momento, somavam R$ 20 bilhões. No mesmo dia, o recém-nomeado CEO Sergio Rial e o CFO André Covre anunciaram suas renúncias. O impacto no mercado foi imediato: no dia seguinte, as ações da empresa despencaram 77%, caindo de R$ 12 para R$ 2,72 e resultando na perda de R$ 8,34 bilhões em valor de mercado. Poucos dias depois, em 19 de janeiro, a varejista ingressou com um pedido de recuperação judicial e foi retirada de 14 índices da B3.>