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Carol Neves
Publicado em 1 de abril de 2025 às 10:26
Um servidor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) afirmou à Polícia Federal que acompanhou e monitorou o ex-deputado federal Jean Wyllys, após suspeitas de que ele estivesse por trás de uma série de críticas ao então presidente Jair Bolsonaro (PL) divulgadas via Twitter, hoje X. As informações foram divulgadas por O Globo. >
Segundo o depoimento, essa operação de monitoramento foi desencadeada por uma orientação de um dos diretores da agência, que pediu ao agente a consulta de um número de telefone que, posteriormente, foi identificado como pertencente a Wyllys. Para isso, o chefe indicou o uso do programa First Mile, ferramenta que permite a geolocalização de alvos com base em dados dos celulares.>
O caso faz parte de uma investigação sobre o emprego irregular da Abin para espionagem ilegal de adversários políticos do ex-mandatário. Conforme exposto, o servidor relatou que, além do número em questão, foram repassados outros contatos supostamente vinculados a Wyllys, mas que depois se descobriram pertencer a familiares do ex-parlamentar. Em uma reviravolta, Wyllys concedeu uma entrevista na qual afirmou estar em Barcelona, fato que encerrou a missão sem possibilitar a comprovação de que ele fosse o responsável pela campanha de difamação contra Bolsonaro.>
A revelação de que a ferramenta de geolocalização teria sido empregada para monitorar alvos políticos foi inicialmente divulgada em 2023. Procurada para comentar, a Abin não se manifestou sobre o caso.>