Receba por email.
Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Da Redação
Publicado em 10 de setembro de 2024 às 18:09
O ex-ministro dos Direitos Humanos Silvio Almeida, demitido na sexta (6), foi acusado por uma ex-aluna de Direito da Universidade São Judas Tadeu, em São Paulo, de ter praticado assédio contra ela quando era professor da instituição. O caso foi divulgado pelo Intercept Brasil. Silvio deixou o governo em meio a denúncias de importunação e assédio sexual, envolvendo inclusive a ministra Anielle Franco.
Segundo o relato da ex-aluna, identificada como Carla, o caso aconteceu em 2009, quando ela estava no último ano da graduação. Ela diz que Almeida o contatou por telefone na época, dizendo que eles deveriam se encontrar para discutir o tema da monografia dela - ela estava prestes a ir para a banca -, afirmando que não queria que ela fosse "prejudicada".
Carla diz que foram várias ligações, nas quais Silvio não "subiu o tom", mas mantinha pressão constante sobre ela. “Acho que a gente devia sair para conversar sobre o seu tema porque eu não quero que você saia prejudicada”, teria dito o ex-ministro, no relato dela.
Na época, ela não denunciou o caso por temer sofrer represália e por não ter provas concretas. Agora, resolveu compartilhar sua história por conta da repercussão recente das denúncias contra Almeida. “Fiquei com medo dele realmente me prejudicar na monografia”, lembra.
Após a repercussão, outros relatos surgiram, incluindo o de uma professora que acusou Almeida de assédio sexual em 2019. A revista Veja afirma que estudantes da Universidade São Judas Tadeu também relataram episódios em que Almeida teria tentado uma de troca de favores sexuais por melhores avaliações.
A universidade informou que não recebeu nenhuma denúncia formal até o momento, mas que conduz uma investigação interna. Almeida negou as primeiras acusações contra ele, mas não falou dos casos específicos.