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Carol Neves
Publicado em 11 de fevereiro de 2025 às 08:53
O baiano Carlos Mariani Bittencourt, um dos principais nomes no desenvolvimento da indústria brasileira, especialmente no setor petroquímico, faleceu nesta segunda-feira (10), aos 87 anos, no Rio de Janeiro. Reconhecido como um dos líderes empresariais mais influentes do país, Mariani iniciou sua carreira em 1961 como engenheiro mecânico na Magnesita. Mais tarde, em 1975, dedicou-se totalmente à indústria petroquímica, assumindo papéis de destaque em empresas como Pronor, Nitrocarbono e Copene, controladas pela família Mariani. >
Graduado em engenharia mecânica e economia industrial pela Escola Nacional de Engenharia da Universidade do Brasil (atual UFRJ), em 1959 e 1960, respectivamente, Mariani foi também um dos principais negociadores internacionais da indústria brasileira, participando do Tratado de Assunção, que resultou na criação do Mercosul. Fundador do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri) e ex-presidente do Conselho do Grupo de Notáveis para uma Parceria Econômica Estratégica entre o Brasil e o Japão (Wise Group), ele também teve papel de liderança na Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim) e na Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan).>
Filho de Clemente Mariani, renomado banqueiro, político e ex-ministro, Carlos Mariani também se destacou como 1º vice-presidente da Firjan por cinco mandatos e presidente do Conselho Empresarial de Economia da mesma entidade de 1995 a 2014. Além disso, foi presidente do Conselho de Administração da Participações Industriais do Nordeste (PIN) e da PIN Petroquímica.>
Seu legado foi amplamente reconhecido por sua educação, discrição e gentileza, qualidades que o tornaram um exemplo para muitos empresários. O presidente da Firjan, Luiz Césio Caetano, lembrou que Mariani foi um líder visionário e sua marca na indústria nacional será duradoura. “Carlos Mariani foi um líder visionário que deixou uma marca indelével na indústria nacional. Sua visão e comprometimento são profundamente admirados, e seu legado continuará a inspirar as futuras gerações de líderes industriais”, afirmou em nota. >
A Associação Brasileira da Indústria Química destacou a grande perda que sua morte representa para o setor, ressaltando sua participação ativa na expansão, privatização e consolidação do setor, incluindo a criação da Braskem. “Na visão dos que trabalharam ao seu lado: um companheiro de finíssimo trato, inata diplomacia, honroso e valoroso. Seu principal legado para a Abiquim é a legitimidade que construiu de uma associação de reputação ilibada”, diz a entidade, em nota de pesar.>
Mariani foi agraciado com a Ordem do Mérito Industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI) em 2005 e com a Medalha do Mérito Industrial da Firjan em 2008.>
A família Mariani tem origem na Bahia, mas Carlos já vivia no Rio havia muitos anos. A mansão dos Clemente Mariani, que leva o nome do patriarca, fica na Ladeira da Barra em um terreno de 61 mil m2, sendo a segunda maior área de mata atlântica dentro de Salvador.
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