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Da Redação
Publicado em 29 de março de 2020 às 14:43
- Atualizado há 2 anos
Em meio a apoiadores, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que o Brasil não pode parar por conta da pandemia de covid-19 e que é necessário que o governo trabalhe em duas frentes: saúde e economia. Bolsonaro visitou comércios locais em diferentes regiões do Distrito Federal neste domingo, 29. Foi a padarias, supermercados, postos de gasolina e até mesmo ao Hospital das Forças Armadas.
Bolsonaro disse que não há como negar que existe um problema em relação à propagação do coronavírus, mas que o desemprego também pode ser uma doença. "O povo tem que trabalhar ou a fome vem aí. O desemprego é terrível. O Brasil não pode parar. O povo tem dito para mim, se é que devemos seguir o povo e eu acho que sim, todo mundo está pedindo para trabalhar", disse em um açougue em Taguatinga, a cerca de 30 km do Palácio da Alvorada.
Ele voltou a afirmar que os trabalhadores informais serão os mais prejudicados com a crise por conta da propagação da doença no País. "São 38 milhões de informais, mas parte considerável não é que perdeu emprego, não tem onde buscar sustento", disse. "Está chegando ajuda do governo?, vai chegar R$ 600, mas não é o suficiente", acrescentou para uma apoiadora que relatou não ter comida em casa.
Para populares, Bolsonaro defendeu que sejam tomadas medidas de precaução contra a doença, mas principalmente para idosos e pessoas do grupo de risco.
O presidente afirmou que, nestes casos, "a gripe" pode ser mais grave e serão tratados com hidroxicloroquina. O medicamento, que tem sido usado em hospitais brasileiros, ainda não tem sua eficácia comprovada.
Apesar de falar em medidas de precaução, Bolsonaro não seguiu todas as recomendações do Ministério da Saúde. O presidente sorriu e brincou todas as vezes em que populares chegaram para cumprimentá-lo com apertos de mãos, mas dizia que "não podia". Mas ficou em meio a aglomerações para tirar fotos e selfies com apoiadores.
A atitude e o discurso de Bolsonaro, aplaudido por populares, vai na contramão do que é defendido pelo seu ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.
Como revelou à colunista do jornal O Estado de S. Paulo Eliane Cantanhêde, durante uma reunião nesse sábado, 28, Mandetta pediu para que Bolsonaro não menospreze a gravidade da pandemia em suas manifestações públicas.