Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Da Redação
Publicado em 28 de setembro de 2023 às 12:16
O calor que atingiu parte da Bahia e do Brasil, com temperaturas acima dos 40ºC, pode parecer uma brisa de verão quando comparada com a onda de calor prevista para outubro. Em entrevista ao jornal Extra, a meteorologista do Climatempo, Josélia Pegorim, alertou para a previsão do próximo mês. >
As temperaturas altas são a junção do El Niño, fenômeno caracterizado pela elevação da temperatura média da água do Oceano Pacífico em pelo menos 0,5 grau por três meses consecutivos, aliado as características da estação, como maior aquecimento no Hemisfério Sul>
"É muito provável que tenhamos outra onda de calor em outubro e que poderá ser mais forte do que essa última que terminou em 26 de setembro. A primavera já é uma época natural de maior aquecimento no Hemisfério Sul e no Rio de Janeiro. O El Niño vai acentuar a irregularidade da chuva, o que vai permitir mais dias com sol forte na primavera", explica Pegorim ao Extra.>
A última vez que o El Niño ocorreu foi em 2019, quando outras ondas de calor atingiram o país. Os verões e primaveras de 2020 a 2022 foram influenciados pelo fenômeno oposto, o La Niña, provocando chuvas intensas.>
Num contexto de mudança climática, as ondas de calor dessa primavera podem provocar dias mais quentes que o próprio verão, segundo Núbia Beray, coordenadora do Laboratório de Estudos e Pesquisas em Geografia do Clima (GeoClima) da UFRJ e do Observatório do Calor.>
"Esse padrão de interação do El Niño com a primavera gerou dias em sequência muito quentes, às vezes pode ser até mais que o verão. O que a gente viu ontem é bem típico: temperaturas máximas acima da média, e umidade do ar alta. Isso aumenta o desconforto térmico, porque a sensação é de afogamento no calor. Como o ar fica saturado e mais úmido, o suor acaba evaporando menos e o corpo fica com uma camada de água, prejudicando a regulação natural. É sauna", enfatiza Núbia ao Extra.>