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Desde 1991, família Bolsonaro nomeou 102 pessoas com laços familiares

Funcionários têm algum parentesco ou relação familiar entre si, fazendo parte de 32 famílias diferentes

  • D
  • Da Redação

Publicado em 4 de agosto de 2019 às 15:47

 - Atualizado há 2 anos

. Crédito: Evaristo Sá\AFP

O jornal O Globo divulgou um levantamento que mostra que, desde 1991, quando Jair Bolsonaro assumiu seu primeiro mandato como deputado, o presidente e os três filhos dele - Flávio, Carlos e Eduardo - nomeraram mais de cem funcionários que têm alguma relação de parentesco entre si. Na edição deste domingo (4), o jornal aponta ainda que há indícios de que essas pessoas não trabalharam de fato nos cargos.

Durante três meses, o jornal acompanhou os diários oficiais e identificou 286 pessoas nomeadas nos gabinetes desde 1991. Dessas, após um cruzamento de informações de bancos de dados públicos e redes sociais, a reportagem identificou que ao menos 102 têm algum parentesco ou relação familiar entre si, fazendo parte de 32 famílias diferentes. O número representa 35% do total dos funcionários indicados no período.

Um dos primeiros casos conhecidos foi o da família de Fabrício Queiroz, policial militar da reserva e ex-assessor que indicou sete parentes em três gabinetes da família Bolsonaro desde 2006. Na matéria do Globo, aparece o nome de  Angela Melo Fernandes Cerqueira, ex-cunhada de Queiroz. Em abril, oito dos nomeados pelos Bolsonaros tiveram o sigilo quebrado em investigação do Ministério Público do Rio (MP-RJ) sobre a prática, na Assembleia Legislativa (Alerj), de “rachadinha” — em que o político se apropria de parte do salário do servidor.

O atual ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Jorge Antonio Francisco de Oliveira, também PM, teve familiares empregados nos gabinetes dos Bolsonaros. Foram três — pai, mãe e tia — em períodos distintos entre 2001 e 2015.

Tia do ministro, Márcia Salgado de Oliveira apareceu nos registros da Alerj como funcionária de Flávio de 2003 até fevereiro deste ano. Em 2014, quando ainda deveria estar prestando serviço ao gabinete do filho do presidente, no entanto, num processo que tramitou no Juizado Especial da Comarca de Mesquita, na Baixada Fluminense, quando acionou uma empresa de telefonia, Márcia apresentou uma procuração escrita de próprio punho, na qual informou que sua ocupação era “do lar”. Além disso, em 16 anos, ela jamais teve crachá emitido pela Alerj.

A família do presidente teve 22 integrantes nomeados nos quatro gabinetes ao longo de quase três décadas. Um dos primeiros parentes que Bolsonaro nomeou foi seu primeiro sogro, João Garcia Braga, o seu Jó. Ele é pai de Rogéria Nantes Braga, mãe dos três filhos mais velhos do presidente. Braga constou como seu assessor entre fevereiro e novembro de 1991. Depois da Câmara dos Deputados, ele foi nomeado pelo neto Flávio na Alerj, onde permaneceu de 2003 a 2007. Do total de 286 funcionários, 40 transitaram entre mais de um gabinete. O salário bruto médio real de Braga foi de R$9,7 mil.

Entre os funcionários com relação de parentesco identificados pelo Globo no gabinete de Carlos, estão Diva da Cruz Martins e a filha Andrea. A primeira esteve lotada entre fevereiro de 2003 e agosto de 2005 e a segunda, de 2005 até fevereiro deste ano. Em novembro de 2013, no entanto, quando Andrea deu entrada nos papéis de seu casamento no cartório de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, ela identificou-se como “babá”.

O Globo entrou em contato com Diva e ela disse que jamais havia trabalhado na Câmara. Ao ser informada que seu nome constava entre os assessores, reagiu com ironia: — Que bom que aparece (o nome) — finalizou, entrando em casa. O salário bruto médio real de Diva no período foi de R$ 9 mil e o de Andrea, R$ 10,7 mil.

Jair Bolosnaro

Pela manhã, o presidente disse que não vê problemas em indicar pessoas da família para cargos de confiança. "Quando alguém vai embora do meu gabinete, quando alguém morre, por exemplo, no velório tem 10 pedindo emprego. É natural botar quem está do seu lado", disse. De acordo com Bolsonaro, a imprensa tem 'mania' de achar que "todo parente de político não presta".

Sobre o filho Eduardo Bolsonaro, indicado para ser embaixador nos EUA, Bolsonaro disse: "Ele foi elogiado pelo Trump. Vocês massacraram meu filho, a imprensa massacrou, (chamou de) fritador de hambúrguer", declarou, na saída do Palácio da Alvorada, reforçando que é "hipocrisia" a afirmação de que ele estaria cometendo nepotismo ao indicar Eduardo para o cargo de embaixador.

"O Senado pode barrar sim. Mas imagine que no dia seguinte eu demita o (ministro de Relações Exteriores) Ernesto Araújo e coloque meu filho. Ele não vai ser embaixador, ele vai comandar 200 embaixadores e agregados mundo afora. Alguém vai tirar meu filho de lá? Hipocrisia de vocês", respondeu.