Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Carol Neves
Publicado em 23 de fevereiro de 2025 às 13:52
A Polícia Civil prendeu, nesta sexta-feira (21), o soldado do Exército Miguel Felipe dos Santos Guimarães da Silva, de 20 anos, suspeito de filmar e transmitir ao vivo um adolescente de 17 anos atear fogo em um homem em situação de rua. O crime ocorreu na noite da última quarta-feira, no bairro do Pechincha, em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro. A vítima, Ludierley Satyro José, de 46 anos, sofreu queimaduras em 60% do corpo e está internado no Hospital Municipal Lourenço Jorge, em estado considerado estável. As informações são de O Globo.>
As investigações revelaram que o ataque foi motivado por um desafio lançado em uma comunidade no Discord, plataforma de comunicação on-line. O adolescente e o militar receberam cerca de R$ 2 mil para cometer o crime, dos quais R$ 250 já haviam sido pagos. A polícia agora busca identificar quem fez os pagamentos. Durante a transmissão ao vivo, o adolescente ateou fogo na vítima, e a gravação foi assistida por mais de 200 pessoas, segundo as autoridades.>
Miguel Felipe, lotado no Primeiro Batalhão de Infantaria Mecanizado, em Deodoro, foi preso ao retornar da casa dos pais, em Maricá. Ele foi detido por homicídio triplamente qualificado, apologia ao nazismo, associação criminosa e corrupção de menores. Além disso, foi encontrado com conteúdo pornográfico infantil em seu celular, o que agravou as acusações. O militar não sabia da ordem de prisão até ser abordado. Na delegacia, segundo o delegado Cristiano Maia, da Decav, Miguel afirmou "sentir prazer em ficar na frente do computador consumindo conteúdo de violência e pornografia infantil".>
O adolescente foi apreendido e encaminhado ao Ministério Público, onde permanecerá detido por tempo indeterminado. Ele também participava de grupos virtuais com conteúdos de crimes de ódio e neonazistas. A avó do jovem foi quem procurou a 41ª DP (Tanque) e ajudou a localizá-lo. Ele foi encontrado em sua casa, em Jacarepaguá. >
Segundo a polícia, o adolescente levava uma vida aparentemente normal, era órfão de mãe e morava com a avó. “Ele não tinha uma instabilidade familiar que justificasse isso. Ele perdeu a mãe com cinco meses de idade. Frequentava a escola, mas não sei se estudava em um colégio público ou particular. Ele tinha uma vida aparentemente normal”, afirmou o delegado.>
O adolescente e o militar foram descritos como pessoas que se vangloriavam do crime. “Trata-se de um indivíduo bastante frio. Nos diálogos que já conseguimos localizar nos aparelhos apreendidos, ambos se vangloriam do que tinham feito. E testemunhas ligadas ao menor, que cuidam do menor, dizem que eles chegaram à casa dessa responsável dizendo que fizeram algo grande na internet, algo enorme no Discord. Eles disseram: 'seremos muito respeitados por isso'”, relatou o delegado.>