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De 'canalha' a 'borracha no passado': compare os discursos de Bolsonaro na Paulista

O ato deste domingo foi convocado por Bolsonaro após ele se tornar alvo de uma operação da Polícia Federal (PF)

  • Foto do(a) author(a) Estadão
  • Estadão

Publicado em 26 de fevereiro de 2024 às 21:08

Ato em apoio ao ex-presidente da República, Jair Bolsonaro, na Avenida Paulista
Ato em apoio ao ex-presidente da República, Jair Bolsonaro, na Avenida Paulista Crédito: Rovena Rosa/Agência Brasil

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) adotou um tom moderado, falou em passar "uma borracha no passado" e pediu anistia aos golpistas dos atos antidemocráticos do 8 de Janeiro no discurso durante a manifestação realizada neste domingo, 25, na Avenida Paulista. As declarações foram mais amenas em comparação com o que ele disse na última vez em que esteve na Paulista.

No dia 7 de setembro de 2021, Bolsonaro atacou as urnas eletrônicas e provocou uma crise institucional ao chamar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes de "canalha".

O ato deste domingo foi convocado por Bolsonaro após ele se tornar alvo de uma operação da Polícia Federal (PF) que investiga o planejamento de um golpe de Estado pela cúpula do governo passado após as eleições de 2022. O ex-presidente, que teve o passaporte apreendido pela polícia, usou a manifestação para demonstrar força política durante o avanço do inquérito da PF.

Neste domingo, Bolsonaro disse que é vítima de uma perseguição que se recrudesceu depois que deixou a Presidência em 2022. O ex-presidente negou ter participado do planejamento de um golpe de Estado e citou a "minuta de golpe" de Estado, que se tornou uma das principais provas contra o ex-chefe do Executivo.

"O que é golpe? Golpe é tanque na rua. É arma. É conspiração. É trazer classes políticas para o seu lado, empresariais. Isso que é golpe. Nada disso foi feito no Brasil. E fora isso, por que ainda continuam me acusando de um golpe? Agora, o golpe é porque tem uma minuta de um decreto de estado de defesa. Golpe usando a Constituição? Tenham santa paciência", discursou Bolsonaro a apoiadores.

Ele evitou citar o ministro Alexandre de Moraes. Houve uma menção indireta a integrantes do Poder Judiciário. "Quando o Estado Democrático de Direito não é respeitado, aquela minoria fabrica órfãos de pais vivos. O abuso por parte de alguns traz insegurança para todos nós", disse.

Em outra menção indireta ao Judiciário, Bolsonaro também reclamou da retirada de atores do "palco político". "Não podemos concordar que um Poder tire do palco político quem quer que seja, a não ser por um motivo extremamente justo. Não podemos pensar em ganhar as eleições afastando opositores do cenário político", afirmou.

O ex-presidente declarou ainda que estava em busca de uma "pacificação do País" e de "passar uma borracha no passado". Bolsonaro defendeu também a anistia dos golpistas presos nos atos de 8 de Janeiro, a quem chamou de "pobres coitados".

"Teria muito a falar. Tem gente que sabe o que eu falaria. Mas o que eu busco é a pacificação, é passar uma borracha no passado, é buscar uma maneira de nós vivermos em paz, não continuarmos sobressaltados. Por parte do Parlamento brasileiro, é uma anistia para aqueles pobres coitados que estão presos em Brasília. Nós não queremos mais que seus filhos sejam órfãos de pais vivos."

Em 2021, Bolsonaro mandou Moraes 'deixar de ser canalha' e atacou urnas

Na última vez que esteve na Paulista antes de domingo, Bolsonaro atacou Moraes, chamando-o de "canalha". O ex-presidente disse ainda que havia "acabado o tempo" do magistrado e pediu para ele deixasse de "oprimir o povo brasileiro".

"Não podemos admitir que uma pessoa apenas, um homem apenas, turve a nossa democracia e ameace a nossa liberdade. Dizer a esse indivíduo que ele tem tempo ainda para se redimir. Tem tempo ainda para arquivar seus inquéritos. Ou melhor, acabou o tempo dele. Sai, Alexandre de Moraes. Deixa de ser canalha. Deixe de oprimir o povo brasileiro", afirmou, na comemoração do 7 de Setembro em 2021.

O ex-presidente disse aos apoiadores que "não mais cumpriria" as decisões do ministro do Supremo - relator de inquéritos sobre seus aliados e filhos, como das fake news e dos atos antidemocráticos. Em 2020, o magistrado suspendeu a nomeação de Alexandre Ramagem para o comando da PF por suspeita de interferências de Bolsonaro na autonomia da corporação.

"Nós devemos, sim, porque eu falo em nome de vocês, determinar que todos os presos políticos sejam postos em liberdade. Dizer a vocês que qualquer decisão do senhor Alexandre de Moraes, este presidente não mais cumprirá. A paciência do nosso povo já se esgotou. Ele tem tempo ainda de cuidar da tua vida. Ele, para nós, não existe mais", disse.

No discurso de 2021, Bolsonaro também atacou o sistema eleitoral e as urnas eletrônicas, declarando que não participaria do que chamou de "uma farsa patrocinada pelo presidente do TSE". O ex-presidente disse ainda que não ia "aceitar" o resultado dos pleitos de 2022 sem "voto impresso e contagem pública de votos". Quem presidia a Corte na época era o ministro Luís Roberto Barroso que, hoje, comanda o STF.

"Nós queremos uma eleição limpa, democrática com voto auditável e contagem pública dos votos. Não podemos ter eleições que pairem dúvidas sobre os eleitores. Nós queremos eleições limpas, auditáveis e com contagem pública dos mesmos. Não posso participar de uma farsa como essa patrocinada ainda pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral", afirmou.

Durante o seu mandato na Presidência, Bolsonaro tentou emplacar uma proposta de emenda à Constituição (PEC) que previa o voto impresso nas eleições. Um mês antes do discurso do Dia da Independência, na Paulista, a Câmara rejeitou o projeto, o que representou uma das maiores derrotas do ex-presidente no Legislativo.