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Cristian Cravinhos diz por que aceitou matar os Richthofen: 'Não sei dizer não'

Condenado pelo crime, ele agora está em liberdade e fala da relação ruim com os filhos

  • Foto do(a) author(a) Carol Neves
  • Carol Neves

Publicado em 24 de março de 2025 às 09:15

Cristian Cravinhos
Cristian Cravinhos Crédito: Reprodução

"Até hoje tenho dificuldade de dizer 'não'", diz Cristian Cravinhos de Paula e Silva, 49, após 22 anos preso pelo assassinato dos pais de Suzane von Richthofen, ao tentar explicar porque aceitou participar do crime. Libertado há 18 dias, ele enfrenta o peso de uma família que o rejeita: os dois filhos - um de 27 anos que removeu judicialmente seu nome dos documentos e uma adolescente de 14 que cortou contato ao descobrir o passado criminoso do pais.

Em entrevista a O Globo, Cravinhos revelou o momento mais cruciante com seu primogênito durante visita na prisão em 2011: "Pai, por que você matou?", questionou o então adolescente. "Abaixei a cabeça e comecei a chorar [...] Disse que havia cometido um erro grave". O filho, que chegou a levar um álbum de fotos e chamá-lo de pai, nunca mais o visitou e posteriormente moveu ação para anular a paternidade - decisão confirmada pelo STJ. Mesmo assim, Cravinhos diz que ainda considera o menino seu herdeiro e vai deixá-lo em seu testamento.

Sobre a filha caçula, que acreditava ser ele um "agricultor que dirigia trator" durante visitas na prisão, Cravinhos admitiu: "Mandei uma mensagem assim que saí. Ela visualizou, mas não respondeu. Isso dói muito".

Relembrando o crime

Questionado sobre sua participação no assassinato de 2002, ao lado do irmão Daniel e de Suzane, sua resposta foi contundente:

"Se o tempo voltasse, eu diria 'não'. Mas não sei responder [...] Fui tomado pelo desespero e não soube dizer 'não'". Sobre chamar o homicídio de "erro", justificou: "Tem certas palavras que não consigo falar sem me emocionar".

Vida após as grades

Apesar de condenado a 42 anos (38 pelo assassinato e 4 por corrupção ativa), Cravinhos cumpriu 22 anos e 4 meses. Sobre a progressão de pena, argumentou: "Fui condenado a 38 anos [...] a regra prevê progressão após um sexto da pena, mas cumpri 15 antes do regime aberto".

Ao contrário do irmão Daniel, que removeu o sobrenome "Cravinhos", ele se recusa a abrir mão da identidade: "Vou honrar meu sobrenome até o final. Caí com esse nome e vou me levantar com ele".