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Perla Ribeiro
Publicado em 4 de abril de 2025 às 10:41
Dono de uma copiadora que funcionava no campus I da Universidade Estadual da Paraíba, em Campina Grande, Keyne Santos Vinícius, 40 anos, foi morto, e o amigo e sócio dele, Wesley Oliveira Porto, 36, baleado, após um homem apontado como Flávio Medeiros, 47, ter ido ao local e efetuado, pelo menos, dez disparos contra a vítima fatal. Segundo testemunhas, o amigo teria tentado proteger o alvo e acabou atingido também. >
Keyne morreu no local, enquanto a segunda vítima foi socorrida para o Hospital de Emergência e Trauma de Campina Grande. As vítimas estavam no terceiro andar da Central de Integração Acadêmica, no bairro de Bodocongó. O ataque provocou pânico entre os alunos da instituição. Em relato na rede social, o estudante de jornalismo da UEPB, Wanderson Gomes, contou que o clima foi de tensão, com estudantes correndo desesperados e muita gente chorando. Teve até quem ficou ferido por pular do primeiro andar para fugir da confusão. >
A polícia Civil de Campina Grande investiga o que motivou o ataque, mas, segundo testemunhas informaram aos jornais locais, teria sido um crime passional. A vítima estaria se relacionando com a ex-companheira do acusado. De acordo com informações do Blog do Márcio Rangel, da Paraíba, o suspeito teria tentando tirar a própria vida após o crime, mas foi localizado pela polícia em estado grave e socorrido. Ele foi encontrado dentro de um carro, nas proximidades da Alça Sudoeste, em Campina Grande. >
Após o crime, a UEPB anunciou a suspensão das aulas pelo período de uma semana. A nota diz que, em virtude dos acontecimentos na noite de quinta-feira (3), nas instalações da Central de Integração Acadêmica, no Câmpus I, em Campina Grande, foi publicada uma portaria que suspende todas as atividades acadêmicas e administrativas presencias no período de 4 a 11 de abril. >
"Durante esse período, as atividades administrativas serão realizadas de forma remota. Essa medida emergencial visa garantir a segurança da comunidade universitária, permitindo que possamos, juntamente as autoridades de segurança pública tomar medidas de controle de acesso nas dependências da Instituição. Neste momento delicado, a Universidade expressa sua solidariedade às famílias envolvidas e a todos os membros da comunidade da UEPB, reafirmando seu compromisso com a segurança e o bem-estar de todos e todas", informa o comunicado.>
Após o ataque, os estudantes foram às redes sociais da universidade criticar a fragilidade da segurança da instituição. "A UEP precisa de alguma forma monitorar entrada e saída urgente, que só entre nas dependências do departamento com a devida identificação. Catracas e revistas para os não estudantes", sugere um aluno. Outra aluna diz que eles precisam urgentemente de segurança no campus I. "Estudo há anos no campus I e nunca me senti segura em nenhum lugar dentro do campus. Qualquer pessoa entra e sai, sendo pessoas bem intencionadas ou não. É um absurdo não termos certeza de que estamos seguros", reclama.>
Outra aluna que estava na universidade na hora dos tiros usou as redes sociais para tranquilizar os amigos, dizendo que estava bem. "Gente, estou bem, estava na hora, foi desesperador. Estou me acalmando. Espero que a UEPB reveja toda essa estrutura de segurança, ou, melhor, de insegurança. Coloquem as saídas de emergência nos locais corretos", reivindicou.>
Diante das críticas à segurança da instituição, o chefe de gabinete da UEPB, José Luciano Albino Barbosa, defendeu que a universidade é um espaço aberto, de interação de pessoas, portanto não não é fechada para o público. "A gente não é um ambiente que tem controle de revista, é ambiente que preza pela tranquilidade. Não foii falha de segurança, foi uma fatalidade. Alguém chegou a este lugar e provocou isso">