Comissão aprova 7 convocações de Lewandowski em menos de 2 minutos em votação 'trator'

Os requerimentos pedem o comparecimento do ministro à comissão para esclarecer vários casos

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Publicado em 9 de outubro de 2024 às 16:45

Ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski
Ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski Crédito: Lula Marques/ Agência Brasil

A Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara dos Deputados aprovou em bloco sete requerimentos de convocação o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski. A votação durou menos de dois minutos. O deputado Coronel Meira (PL-PE) presidiu a comissão e comparou a votação a um "trator".

Os requerimentos pedem o comparecimento do ministro à comissão para esclarecer sobre a operação da Polícia Federal (PF) na casa do jornalista Oswaldo Eustáquio; denúncias de assédio e importunação sexual envolvendo o ex-ministro Silvio Almeida; apuração da PF sobre as queimadas; ato administrativo do governo sobre o uso de armas e algemas em abordagens; e sobre um questionário sobre identidade e afinidade política de agentes da Polícia Rodoviária Federal.

Procurado para comentar as convocações, o Ministério da Justiça e Segurança Pública não havia respondido à reportagem até a publicação deste texto.

Durante a votação acelerada, o deputado Ismael Alexandrino (PSD-GO) pediu diversas vezes a palavra para questionar a votação. Segundo o parlamentar, a comissão acordara em discutir cada uma das sete convocações separadamente. Em todos os momentos o presidente falou por cima de Alexandrino.

Ao fim da votação, Meira pediu desculpas ao colega. "Admito que atropelei um pouco, é meu estilo trator". Alexandrino pediu que o deputado reconsiderasse seu estilo e, alegando quebra de confiança, anunciou seu desligamento da comissão. Meira classificou a atitude como lamentável.

A comissão também aprovou uma moção de repúdio aos candidatos à prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos (PSOL) e Marta Suplicy (PT) por alterarem a letra do hino nacional. Em referência ao episódio em que, em um comício de Boulos, o hino foi cantado em linguagem neutra. Procurada, a campanha de Boulos e Marta não respondeu.

A mesma sessão protagonizou ataques de parlamentares de direita ao deputado Ivan Valente (PSOL-SP) por conta de seu projeto que prevê mudanças no sigilo de investigações.