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Carol Neves
Publicado em 6 de novembro de 2024 às 14:05
O comerciante Igor Peretto declarou o amor que tinha pela esposa, Rafaela Costa, minutos antes de ser assassinado a facadas em Praia Grande, no litoral de São Paulo, no último mês de agosto. Rafaela, a irmã de Igor, Marcelly Peretto, e o cunhado dele, Mario Vitorino, foram presos pelo crime.
Segundo reportagem do G1 Santos, as últimas palavras de Igor foram narradas por testemunhas em depoimento à Polícia Civil.
"Vocês sabem o quanto eu amo aquela mulher, quanto sou louco por ela", disse Igor. "Vocês tudo contra mim, tudo armando contra mim. Eu era o único que não sabia de nada", teria gritado o rapaz. Duas vizinhas que ouviram parte da discussão foram ouvidas no inquérito.
A fala aconteceu logo depois dele descobrir que era traído. Para o Ministério Público de São Paulo, o crime foi premeditado porque Igor era considerado um "empecilho" a um romance que Rafaela estava vivendo com Marcelly e Mario. Depoimentos apontaram que Rafaela e Mario estavam tendo caso. No dia do crime, Rafaela e Marcelly também teriam ficado. Pouco depois, Igor chegou ao apartamento com Mario e teria flagrado a cena.
A denúncia diz que Igor já estava desconfiado e demonstrou decepção quando confirmou que era de fato traído. "Do que adiantou eu fazer tudo? Eu me esforço tanto, eu fiz isso sempre por todos, seus traíras", teria gritado ele,a ainda de acordo com testemunhas. Igor então foi atacado a facadas.
Igor estava nervoso e exaltado e gritou a palavra "piranha" várias vezes. A voz dele foi ficando abafada, e diminuindo "até acabar", relataram as testemunhas. Já Mario estava calmo, mas Marcelly gritava e foi ouvida pedindo para que parassem.
Para o MP, a esposa foi responsável por atrair Igor para casa naquele momento. Ela ainda teria pesquisado na internet "quanto tempo o corpo demora para feder?", o que leva a crer que existiu premeditação.
A denúncia ainda aponta que a morte de Igor traria "vantagem financeira" aos acusados, pois Rafaela receberia herança e Mario poderia assumir sozinho a liderança de uma loja de moto que tinha em sociedade com o cunhado. “Nesse verdadeiro triângulo amoroso, Igor tornou-se um empecilho. Por isso, Rafaela, Marcelly e Mário, em conluio, decidiram matar Igor”, diz o texto.
Os três foram denunciados por homicídio qualificado, por motivo torpe, com recurso que dificultou a defesa da vítima. Os três negam.