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Com voos atrasados e dezenas de passageiros à deriva, VoePass segue vendendo bilhetes para Noronha

Mais de 70 clientes que deveriam ter embarcado ontem ainda não têm previsão de quando sairão da ilha

  • Foto do(a) author(a) Saulo Miguez
  • Saulo Miguez

Publicado em 1 de abril de 2024 às 12:44

Fortaleza
Fortaleza Crédito: Reprodução/Saulo Miguez/CORREIO

A companhia aérea VoePass, que opera voos de cidades do Nordeste para o arquipélago de Fernando de Noronha, tem sido alvo de críticas por conta dos inúmeros problemas relacionados a atrasos e cancelamentos.

No domingo (31), 72 passageiros que embarcariam do aeroporto Governador Carlos Wilson, em Noronha, com destino às cidades de Fortaleza e Natal, tiveram o voo cancelado e não receberam qualquer assistência por parte da empresa.

Apesar disso, a VoePass segue vendendo passagens de ida e volta para o destino turístico com preços que variam de R$ 849 a mais de R$ 1700. Os bilhetes podem ser adquiridos no site da companhia e estão disponíveis a partir de terça-feira (2).

Fila no aeroporto

Na manhã de hoje, cerca de 40 clientes ocuparam o aeroporto em busca de uma boa notícia. No entanto, ainda é grande o clima de incerteza em relação ao embarque, uma vez que as respostas da companhia são sempre imprecisas.

No início da manhã, circulou no aeroporto a informação que um voo marcado para o final da tarde de hoje havia sido cancelado. Porém, por volta das 10h30 (horário local), um funcionário da companhia informou aos clientes que o voo vai acontecer, mas em uma aeronave menor do que o previsto.

Em um grupo de Whatsapp criado pelos passageiros prejudicados foi informado que a companhia estava em busca de voluntários que pudessem ficar mais dias na ilha. Não foi explicado, por sua vez, quais custos seriam cobertos e em quais condições essa permanência seria feita.

Os canais de comunicação da empresa não atendem às solicitações e o funcionário da companhia responsável pelo guichê também não soube esclarecer essas dúvidas.

Vale ressaltar que Fernando de Noronha é um dos destinos turísticos mais caros do Brasil. Diárias de pousadas com café da manhã se aproximam facilmente dos R$ 1000, pratos individuais de almoço em restaurantes medianos passam dos R$ 150 e garrafinhas de água de 500 ml são compradas, em média, por R$ 10.

Orientações da Anac

Segundo o manual da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a partir de quatro horas de atraso, a companhia aérea deve arcar com custos de acomodação ou hospedagem (se for o caso) e transporte do aeroporto ao local de acomodação. Se você estiver no local de seu domicílio, a empresa poderá oferecer apenas o transporte para sua residência e desta para o aeroporto. Se o atraso for superior a quatro horas (ou a empresa já tenha a estimativa de que o voo atrasará esse tempo), ou houver cancelamento de voo ou preterição de embarque, a empresa aérea deverá oferecer ao passageiro, além da assistência material, opções de reacomodação ou reembolso.