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Carol Neves
Estadão
Publicado em 27 de janeiro de 2025 às 08:31
Em sua primeira delação premiada, realizada em agosto de 2023, o ex-ajudante de ordens Mauro Cid revelou que a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) teriam incentivado o ex-presidente Jair Bolsonaro a tentar um golpe de Estado após a derrota nas eleições. Segundo Cid, ambos faziam parte de um grupo radical de aliados que acreditavam que o ex-presidente contava com apoio popular e de CACs (colecionadores, atiradores e caçadores) para executar o golpe. Até o momento, Michelle e Eduardo não foram indiciados pela Polícia Federal e não há provas apresentadas no depoimento inicial de Cid. >
Além de Michelle e Eduardo, outros aliados de Bolsonaro, como ministros e senadores, também teriam participado desse grupo. Entre eles estavam Onyx Lorenzoni, Gilson Machado, Magno Malta, Jorge Seif, o ex-assessor Filipe Martins e o general Mario Fernandes. Malta e Seif negaram envolvimento na tentativa de golpe. O general Fernandes foi acusado pela PF de planejar a execução de ministros do STF e dos presidentes eleitos Lula e Alckmin, enquanto Filipe Martins foi apontado por elaborar a "minuta do golpe".>
Cid também mencionou dois grupos dentro do entorno de Bolsonaro. O primeiro, mais moderado, buscava provas de fraude nas urnas, enquanto o segundo, mais radical, exigia a assinatura de um decreto para iniciar o golpe. Outros nomes citados por Cid, inicialmente vistos como moderados, acabaram sendo indiciados pela PF conforme as investigações avançaram, como o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira.>
A defesa de Bolsonaro criticou os "vazamentos seletivos" das informações e a falta de acesso à íntegra da delação, enquanto as defesas de Michelle e Eduardo Bolsonaro não se manifestaram sobre as acusações.>