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Da Redação
Publicado em 4 de outubro de 2024 às 09:06
Uma jovem de 25 anos está processando a empresa Madero por gordofobia e assédio moral. Isso porque, durante quatro anos trabalhando no famoso restaurante na unidade de Águas Claras, em Brasília, a ex-gerente enfrentou vários comentários depreciativos envolvendo o seu corpo.
Sem expor o nome da ex-funcionária, a coluna Na Mira, do site Metrópoles, contou que a mulher era pressionada a emagrecer constantemente, além de receber sugestões para usar cinta de compressão e diminuir a barriga durante o horário de trabalho.
"Ele dizia que eu precisava mudar minha aparência para representar melhor a empresa", disse a ex-funcionária, que ainda contou sobre um grupo criado pelo supervisor chamado "Kilos Mortais", destinado a monitorar quantas vezes os gerentes da empresa iam à academia.
"Participar desse grupo era obrigatório. Se eu não aparecesse na academia, era repreendida", explicou. A ex-funcionária ainda explicou que esse controle excessivo, além da pressão sobre sua aparência, causaram 'constrangimento e sofrimento moral'.
A reportagem teve acesso a conversas da ex-gerente com outros colegas de empresa, que elogiaram o trabalho da jovem, mas para o supervisor, a aparência dela não estava adequada com as normas que ele queria.
"O que ocorreu no Madero é uma violação dos direitos humanos básicos. O assédio moral, combinado com a discriminação por gordofobia, cria um ambiente de trabalho tóxico, que pode ter sérias consequências para a saúde mental", disse o advogado da vítima, Danilo Matos.
Em resposta, o Grupo Madero ressaltou que "repudia qualquer forma de discriminação" e que "a empresa adota políticas rigorosas e realiza treinamentos constantes para assegurar um ambiente de trabalho ético, inclusivo e respeitoso".
Em relação ao processo da ex-gerente, a empresa apresentou sua defesa e os esclarecimentos necessários nos autos da Reclamatória Trabalhista.