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Estadão
Publicado em 2 de agosto de 2024 às 15:15
O assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais, Celso Amorim, afirmou nessa sexta-feira, 2, que o Brasil precisa de cautela em relação às atas das eleições na Venezuela. Ele argumentou que ainda não há uma visão clara sobre o que aconteceu no pleito presidencial do país vizinho e disse ser necessário mais estudos sobre a situação. As declarações do assessor ocorreram em entrevista à CNN Brasil.
"Até hoje nós não temos essa visão clara porque as atas não foram distribuídas conforme se esperava", afirmou Amorim. Apesar de reconhecer a falta de transparência na apuração dos votos, ele também apontou que os dados da oposição ao regime de Maduro são "informais" e foram averiguados por meio de mecanismos rápidos de contagem, como a boca de urna. "É uma coisa que teria que ser mais bem estudada", acrescentou.
Durante a entrevista, ao ser questionado se o Brasil tomaria uma posição análoga à dos Estados Unidos de reconhecer o adversário de Maduro, Edmundo González, como presidente, Amorim acredita ser difícil que esse caminho seja seguido, sendo necessário mais conversas para encontrar uma "solução".
Na ocasião, o ex-chanceler do Brasil criticou as sanções econômicas dos EUA na Venezuela, dizendo que a sua retirada teria "facilitado muito o transcurso das eleições" locais. Ele lamentou ainda que a União Europeia "também tenha embarcado nessa canoa furada".