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Cela individual e isolamento: polícia descreve rotina de suspeita de envenenar família

Deise Moura dos Anjos, 42 anos foi achada morta na cadeia, onde estava presa suspeita de matar pessoas da família

  • Foto do(a) author(a) Carol Neves
  • Carol Neves

Publicado em 14 de fevereiro de 2025 às 09:03

Deise Moura dos Anjos
Deise Moura dos Anjos Crédito: Reprodução

Encontrada morta na cela em que estava presa na Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba, no Rio Grande do Sul, Deise Moura dos Anjos, 42 anos, era proibida de ter contato com outras detentas. Ela estava em uma cela isolada, presa por suspeita de matar três pessoas da família com um bolo envenenado com arsênio. Ela foi achada sem vida na manhã da quinta-feira (13), em um aparente suicídio. 

Deise, presa em regime de isolamento, cumpria sua pena em uma cela individual equipada com cama, vaso sanitário, chuveiro e pia. Segundo a Polícia Penal informou ao jornal Zero Hora, sua rotina não diferia das demais detentas, exceto pelo fato de não ter contato com outras presas. Ela tinha acesso à alimentação fornecida pelo Estado, banho de sol diário e todos os direitos previstos na Lei de Execução Penal, garantidos em horários e espaços que preservassem sua integridade física. Em sua cela, estavam apenas itens como uniforme prisional, roupas de cama, livros, cartas e objetos de higiene pessoal que não ofereciam riscos.

A vigilância sobre Deise era permanente, com agentes penitenciários realizando inspeções e revistas diárias em sua cela, seguindo o mesmo protocolo aplicado a outras detentas em isolamento. A Polícia Penal diz que não houve falhas de segurança, reforçando que os agentes atuaram conforme os procedimentos padrão para garantir a segurança da apenada. 

Quanto ao tratamento ideal para presas com perfil psicopata ou risco de suicídio, a Polícia Penal afirmou que todas as pessoas privadas de liberdade recebem atendimento adequado, conforme a Lei de Execução Penal. Casos que demandam cuidados específicos são tratados de acordo com orientações médicas. No caso de Deise, a estrutura e os protocolos adotados visavam garantir sua segurança e integridade durante o cumprimento da pena.

Deise foi transferida do Presídio Estadual Feminino de Torres para a Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba em 6 de fevereiro de 2025, após ameaças de outras presas em Torres. Em Guaíba, ela permaneceu isolada, sem registros de novas ameaças.

Relembre o caso

Em dezembro de 2024, sete membros de uma família se reuniram para um café da tarde em Torres, Rio Grande do Sul. Durante o encontro, seis deles passaram mal após comerem um bolo preparado por Zeli dos Anjos, que também foi hospitalizada. Três mulheres morreram em poucas horas: Tatiana Denize Silva dos Anjos e Maida Berenice Flores da Silva tiveram parada cardiorrespiratória, enquanto Neuza Denize Silva dos Anjos faleceu devido a um "choque pós-intoxicação alimentar". A única pessoa que não consumiu o bolo não apresentou sintomas. A investigação revelou que Deise, casada com Diego Silva dos Anjos, filho de Zeli, era a principal suspeita do envenenamento.

Depois do crime, ela acabou ficando também sob suspeita pela morte do sogro, Paulo Luiz dos Anjos, ocorrida em setembro de 2024. Após a exumação do corpo, o Instituto-Geral de Perícias (IGP) confirmou que Paulo foi envenenado com arsênio, em níveis letais. A polícia descobriu que Deise havia comprado arsênio pela internet quatro vezes em quatro meses, com uma das compras realizada antes da morte do sogro e as outras três antes do episódio do bolo envenenado.

A farinha usada no bolo pode ter sido contaminada com arsênio quase um mês antes do incidente. A investigação aponta que Deise esteve em Arroio do Sal no dia 20 de novembro de 2024, data em que acredita-se que o veneno foi adicionado à farinha.