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Perla Ribeiro
Publicado em 18 de março de 2025 às 13:23
O laudo divulgado pelo Instituto Médico-Legal de São Paulo (IML) aponta que a adolescente Vitória Regina de Sousa, 17 anos, não sofreu violência sexual antes de ser morta. O documento, divulgado nesta terça-feira (18), indica que exames da região genital/perineal da adolescente constataram que não houve “lesões traumáticas de interesse médico-legal”. Além disso, não foram encontrados espermatozoides no corpo da adolescente. O laudo mostrou ainda que a jovem apresentava perfurações em três parte do corpo: tórax, pescoço e rosto, que seriam a causa da sua morte. Também não há evidências de que Vitória teria sido degolada, conforme foi informado, inicilamente, pela polícia. O documento também confirma que a cabeça da adolescente foi raspada antes dela ser morta: “cabelos ausentes”, define o laudo. >
Vitória desapareceu no dia 26 de fevereiro em Cajamar, na Grande São Paulo. Nesse dia, após sair do shopping onde trabalhava, ela foi vista em imagens de câmeras da região caminhando até um ponto de ônibus. A adolescente ainda chegou a enviar mensagens para uma amiga dizendo que estava com medo de dois homens que estavam num carro e a assediaram e de outros dois rapazes que depois entraram com ela no coletivo. Testemunhas contaram ao G1 SP que Vitória desceu sozinha no ponto final em Ponunduva, bairro da zona rural de Cajamar, onde morava com a família. Depois disso, não teria sido mais vista.>
Os pais dela registraram boletim de ocorrência na delegacia da cidade para comunicar o desaparecimento. Também procuraram a imprensa, pedindo ajuda na divulgação do caso. Após uma semana de buscas, cães farejadores da Guarda Civil Municipal (GCM) encontraram o cadáver da garota no dia 5 de março. Ele estava nu, com a cabeça raspada e machucado. Vitória foi reconhecida por familiares que identificaram as tatuagens e piercing da moça. Uma perícia irá apontar a causa da morte e que tipo de violência a adolescente sofreu. O corpo dela foi velado no ginásio municipal e enterrado sob forte comoção, no cemitério da cidade.>
O único suspeito preso até o momento, Maicol Sales dos Santos, 27 anos, revelou em um depoimento dado na tarde da última segunda-feira (17) que, além de ter matado Vitória, agiu sozinho no crime. Um dia após a polícia informar que Maicol confessou ter matado Vitória Regina de Souza, a defesa do jovem negou que ele tenha feito qualquer confissão de autoria ou participação na morte da adolescente de 17 anos. “Até o presente momento, não houve confissão de autoria ou participação por parte do cliente em relação ao caso Vitória Regina de Souza, sendo inverídicas quaisquer informações que estejam sendo veiculadas a esse respeito”, disse a defesa de Maicol Sales dos Santos por meio de nota. >
Maicol está preso desde sábado (8). O carro dele, um Toyota Corolla prata, foi visto no local em que a menina foi raptada momentos antes do crime. A polícia disse ter encontrado manchas de sangue no porta-malas do veículo. O material genético colhido na perícia será submetido a exames técnicos para comprovar que se trata de material genético da menina. As investigações sobre o assassinato de Vitória trouxeram à tona novos elementos que reforçaram as suspeitas contra Maicol.>
O laudo pericial do celular do suspeito indica que ele monitorava os passos da jovem desde 2024 e demonstrava um comportamento obsessivo em relação a ela. No celular de Maicol, os investigadores encontraram fotos da adolescente, além de imagens de facas e revólver. As autoridades também encontraram no aparelho eletrônico fotos de outras garotas com características físicas semelhantes a Vitória.
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