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Carol Neves
Publicado em 6 de março de 2025 às 07:39
Cristian Cravinhos, condenado pela morte do casal Richthofen, foi liberado na noite desta quarta-feira (5) após a Justiça autorizar que ele cumpra o restante da pena em regime aberto. Ele estava preso na Penitenciária "Dr. José Augusto Salgado", conhecida como P2 de Tremembé, no interior de São Paulo, onde cumpria pena no regime semiaberto. A decisão foi tomada pela juíza Sueli Zeraik de Oliveira Armani, da Vara de Execuções Criminais da Comarca de Taubaté. As informações são do G1. >
A juíza destacou o bom comportamento de Cravinhos durante o cumprimento da pena, a ausência de faltas disciplinares nos últimos 12 meses e o parecer favorável de uma equipe multidisciplinar que realizou uma avaliação psicológica. "Consta nos autos que o sentenciado mantém boa conduta carcerária, possui situação processual definida, cumpriu o lapso legal para progressão de regime prisional em 17/04/2024 e não registra faltas disciplinares durante os últimos 12 meses de cumprimento da reprimenda", afirmou a juíza.>
O Ministério Público de São Paulo havia se manifestado contra a progressão de regime, mas a juíza considerou que as objeções não eram suficientes para negar o benefício. Ela ressaltou que Cravinhos cumpriu todas as saídas temporárias sem incidentes, o que demonstra "mérito e aptidão" para o regime mais brando.>
Para permanecer em liberdade, Cravinhos terá que seguir uma série de regras estabelecidas pela Justiça, incluindo:>
Caso descumpra alguma das condições, Cravinhos poderá perder o benefício e retornar à prisão. A juíza não considerou necessário o uso de tornozeleira eletrônica, permitindo que ele se recolha em sua própria residência.>
A defesa de Cravinhos emitiu uma nota afirmando que ele "preencheu todos os requisitos objetivos e condições subjetivas exigidos pela Lei de Execução Penal" e que a decisão foi baseada exclusivamente na lei. Eles também destacaram que ele continuará cumprindo as regras estabelecidas pela Justiça.>
Um exame psicológico realizado com Cravinhos, utilizando o Teste de Rorschach, apontou dificuldades em lidar com emoções e relações interpessoais. O laudo indicou que ele opta por "distanciamento emocional" e tem uma percepção limitada dos outros, o que pode prejudicar suas interações sociais. A psicóloga recomendou acompanhamento psicológico constante e monitoramento intensivo para minimizar riscos de reincidência.>
O teste também revelou traços de personalidade disfuncionais, como rigidez emocional e controle excessivo. Cravinhos demonstra capacidade de relacionamento com o meio externo, mas recorre à racionalização e ao distanciamento emocional para manter o controle sobre suas emoções.>
A juíza solicitou o novo exame após um incidente em 2018, quando Cravinhos, então no regime aberto, foi preso por agredir uma mulher e tentar subornar policiais em Sorocaba. >