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Caso Henry: Dr. Jairinho é cassado por unanimidade pela Câmara do Rio

Foi a 1ª vez que um vereador teve mandato cassado no Legislativo carioca

  • D
  • Da Redação

Publicado em 30 de junho de 2021 às 20:30

 - Atualizado há 2 anos

. Crédito: Foto: Tânia Rêgo/Arquivo ABr

A Câmara do Rio de Janeiro cassou nesta quarta-feira (30), em sessão de plenário e com votação unânime, o mandato de Dr. Jairinho, réu pela morte do enteado Henry Borel, de 4 anos. Foi a primeira vez na história que um vereador teve o mandato cassado na Câmara carioca. As informações são do G1.

Todos os 49 votantes que participaram da sessão decidiram pela cassação - o vereador Dr. Gilberto estava de licença. Os parlamentares também decidiram que Jairinho vai perder os direitos políticos por 8 anos. No lugar de Jairinho, assume Marcelo Diniz Anastácio, que deve ser convocado para diplomação na próxima sexta (2).

Após a divulgação do resultado, o vereador Tarcísio Motta (Psol) leu uma mensagem que disse ter recebido do pai de Henry, Leniel Borel:

"Tarcísio, agradece ao carinho e as orações de todos os vereadores. Estamos vendo a Justiça sendo feita. A quebra do decoro parlamentar e a respectiva cassação desse monstro é uma resposta à sociedade devido ao covarde assassinato do meu filhinho e as demais acusa claras contra esse assassino".

Durante a sessão, vereadores que se inscreveram para discursar chamaram a atenção para o testemunho do executivo da área de saúde que diz que Dr. Jairinho tentou evitar que o corpo fosse levado para o IML, o que configuraria tráfico de influência.

A sessão no plenário foi marcada depois que o Conselho de Ética da Câmara de Vereadores aprovou por unanimidade (7 a 0) na segunda-feira (28) o relatório pedindo a cassação.

Jairinho e a namorada, a professora Monique Medeiros, estão presos desde o dia 8 de abril acusados de matar o menino Henry Borel, de 4 anos, filho de Monique, no dia 8 de março.

Em seu relatório, o relator Luiz Ramos Filho (PMN), diz que os indícios de agressões de Jairinho contra o menino Henry Borel, que resultaram na morte da criança, foram decisivos para que o afastamento do mandato fosse levado à frente:

"Não restou alternativa a esta Casa de Leis senão a instauração do presente procedimento com vistas a apurar o cometimento de ato incompatível com o decoro parlamentar pelo Senhor Vereador Jairo José Santos Junior – Dr. Jairinho".

Em sua defesa por escrito, Jairinho afirma que "sempre foi um pai carinhoso, presente, amado pelos filhos e por todos os membros da família, quiçá por "Henry". 

Ainda de acordo com o G1, o documento também descreve Jairinho como pessoa "caridosa e carismática, que formou uma legião de amigos e admiradores dentro da Câmara de Vereadores". A defesa argumenta que o processo criminal contra ele não transitou em julgado, e, portanto, ele não pode ser enquadrado por quebra de decoro.

O parlamentar também responde na polícia pelas agressões e tortura de outras duas crianças.

Dr. Jairinho era do partido Solidariedade, do qual foi expulso no dia de sua prisão.