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Caso Cariani: PF suspeita de desvio de produtos para produção de drogas

Investigação ganhou novos fatos após análise dos celulares de uma funcionária da empresa, do próprio Cariani, de Andreia Domingues Ferreira e Fábio Spíndola, casal amigo do influenciador

  • Foto do(a) author(a) Da Redação
  • Da Redação

Publicado em 26 de fevereiro de 2024 às 08:08

Cariani
Cariani Crédito: Reprodução

A investigação da Polícia Federal (PF) contra o influenciador fitness Renato Cariani ganhou novos fatos. Além da apuração de esquema de tráfico de drogas, associação ao tráfico e lavagem de dinheiro, a PF investiga um possível esquema de desvio de produtos químicos para uso na produção de drogas para o tráfico.

Durante apresentação do programa Fantástico da Rede Globo neste domingo (25), mensagens de texto contidas nos celulares de uma funcionária da empresa, do próprio Cariani, de Andreia Domingues Ferreira e Fábio Spíndola, amigos do influenciador, vieram a público. Em 2015, todos eles teriam ido para uma viagem em Cancún, no México, época em que fizeram preparativos para execução do esquema.

“Você vai querer os dólares? O amigo do Fabinho vai acabar vendendo tudo e você vai ficar sem. Amanhã ele vai lá na empresa entregar os meus R$ 2 mil dólares que comprei com amigo dele”, diz Cariani em uma das mensagens direcionadas à funcionária.

Para o Ministério Público, a viagem comprova a amizade entre Cariani e Fábio. A PF acredita ainda que o carro utilizado para o carregamento dos produtos químicos nas dependências da Anidrol, empresa do influenciador, em 2017, está no nome de Andreia Domingues, esposa de Fábio.

Em mensagens trocadas entre a funcionária de Cariani e o marido, ela comenta sobre o material a ser desviado. "Todo mundo já foi embora. Eu vou ter que separar um material pra AstraZeneca. O Renato... liguei pra ele, ele falou pra eu quebrar esse galho dele e separar esse produto", disse, antes de mandar uma imagem do carro.

Neste mesmo dia, foi emitida uma nota fiscal fraudada em nome da empresa AstraZeneca para a venda de éter e cloridato de lidocaína, produtos que teriam sido desviados para a produção de drogas.

A ligação entre eles foi confirmada pela defesa de Cariani, que disse que os dois são bastante próximos, bem como suas esposas.

Fábio foi preso ano passado durante operação Downfall, que desarticulou um esquema inseria drogas nos cascos de de navios com uso de mergulhadores. Segundo a PF, Fábio e a esposa forneciam contas bancárias para a movimentação do dinheiro do esquema. Ainda segundo a PF, em maio o Cariani pediu a Fábio que fosse até a sede da Anidrol para uma conversa.

A defesa do influenciador afirma que não sabia sobre a propriedade do carro utilizado e reafirma a inocência de Cariani. Segundo a defesa, foi apresentada à Justiça cerca de 100 documento que comprovariam que a empresa é apenas uma vítima, mas não informou exatamente de quem.