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Carol Neves
Agência Brasil
Publicado em 20 de janeiro de 2025 às 10:55
O jornalista Léo Batista, conhecido por sua voz marcante nas transmissões esportivas, faleceu no último domingo (19), aos 92 anos. Ele estava internado desde o início de janeiro no Hospital Rios D'Or, na Freguesia, zona oeste do Rio de Janeiro, com um câncer no pâncreas.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer de pâncreas é um tipo de tumor maligno que, em sua fase inicial, normalmente não apresenta sintomas claros, o que dificulta o diagnóstico precoce. Isso contribui para sua alta taxa de mortalidade, já que muitos casos só são identificados em estágios mais avançados da doença.
Fatores de risco para o câncer de pâncreas podem ser divididos em hereditários e não hereditários. Estima-se que apenas 10% a 15% dos casos sejam causados por fatores genéticos, como síndromes associadas aos genes BRCA1, BRCA2 e PALB2, ou condições como a síndrome de Peutz-Jeghers e pancreatite hereditária.
Já os fatores não hereditários incluem o tabagismo, excesso de gordura corporal (como sobrepeso e obesidade), diabetes mellitus e pancreatite crônica. Esses fatores podem ser modificados por mudanças no estilo de vida. Além disso, a exposição a substâncias como solventes, agrotóxicos e certos compostos químicos, encontrados em profissões como a de agricultores e trabalhadores da indústria de petróleo, também está associada a um risco maior de desenvolver a doença.
Os sintomas mais comuns incluem fraqueza, perda de peso, falta de apetite, dor abdominal, urina escura, icterícia (pele e olhos amarelados), náuseas e dores nas costas. No entanto, esses sintomas não são exclusivos do câncer de pâncreas, o que dificulta o diagnóstico precoce. A presença recente de diabetes em adultos, por exemplo, pode ser um sinal precursor da doença.
Embora o Inca defenda a detecção precoce como uma forma de aumentar as chances de sucesso no tratamento, ele alerta que, até o momento, não há evidências de que o rastreamento sistemático para o câncer de pâncreas traga mais benefícios do que riscos. A maioria dos casos é diagnosticada em estágios avançados, dificultando a intervenção precoce.
O diagnóstico é feito por meio de exames de imagem, como ultrassonografia, tomografia computadorizada e ressonância magnética, além de exames de sangue, como o teste do antígeno carboidrato CA 19.9. O diagnóstico definitivo é confirmado por biópsia, que pode ser feita por meio de amostras de tecido retiradas durante uma cirurgia.
O tratamento para o câncer de pâncreas varia conforme o estágio da doença, sendo a cirurgia a única opção curativa, mas indicada apenas em casos detectados precocemente. Quando a cirurgia não é viável, a radioterapia e a quimioterapia são usadas para controlar a doença e aliviar os sintomas.
O Inca recomenda a adoção de um estilo de vida saudável como principal medida preventiva contra o câncer de pâncreas, incluindo evitar o tabagismo, manter um peso corporal saudável e controlar o risco de diabetes, que está associado ao desenvolvimento do câncer pancreático.