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Brasileiro é preso em Portugal acusado de liderar mergulhadores do PCC na Europa

Grupo tira média de 100 quilos de cocaína por navio em esquema bilionário

  • Foto do(a) author(a) Carol Neves
  • Carol Neves

Publicado em 12 de março de 2025 às 08:54

Gabriel Martinez Souza, o Fant
Gabriel Martinez Souza, o Fant Crédito: Divulgação

Gabriel Martinez Souza, conhecido como Fant, de 38 anos, foi preso nesta terça-feira (11) em Montijo, região metropolitana de Lisboa, Portugal. Ele era o coordenador de uma equipe de mergulhadores especializados em retirar cargas de cocaína escondidas nos cascos e caixas de leme de navios que partiam do Porto de Santos, no litoral de São Paulo, com destino à Europa. A operação, batizada de Emergentes, foi realizada pela Polícia Judiciária portuguesa em conjunto com a Polícia Federal (PF) brasileira. As informações foram divulgadas pelo Metrópoles.

Fant, que residia legalmente em Portugal, era ligado a Paulo Afonso Pereira Alves, o BH, líder da Sintonia Geral da Rua na Espanha, preso desde dezembro de 2021. Durante a ação, foram apreendidos na casa de Fant um fuzil AR-15, duas pistolas, equipamentos de mergulho, 30 mil euros (cerca de R$ 190 mil), barcos e motos subaquáticas. Esses equipamentos eram usados pelos mergulhadores para retirar, em média, 100 quilos de cocaína por navio, com um valor estimado em R$ 10 milhões por carga na Europa.

No Brasil, a operação resultou na prisão de outros seis integrantes do esquema, sendo quatro homens e duas mulheres, todos em Guarujá, litoral de São Paulo. Eles ocupavam cargos anteriormente comandados por BH, que foi preso em 2021 durante a Operação Solis, do Grupo de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de São Paulo (MPSP).

Esquema bilionário

O tráfico de cocaína para a Europa rende ao PCC cerca de R$ 10 bilhões por ano, apenas com as cargas enviadas pelo Porto de Santos. Em 2023, a PF apreendeu seis toneladas da droga, e, em 2024, até o momento, já foram confiscadas 1,5 tonelada.

BH, antes de ser preso, consolidou uma rede criminosa que atuava em parceria com membros do PCC no interior e litoral de São Paulo, além de cidades como Vila Velha e Guarapari, no Espírito Santo. Ele foi nomeado para a “Sintonia Geral da Rua” na Espanha devido aos “bons préstimos” prestados à facção, incluindo a expansão das atividades criminosas e a fidelidade ao “estatuto do crime”.