Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Carol Neves
Publicado em 14 de abril de 2025 às 09:50
O ex-presidente Jair Bolsonaro continua internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Star DF, em Brasília, sem previsão de alta após mais de 12 horas de cirurgia. O procedimento, realizado neste domingo (13), teve como objetivo liberar aderências intestinais resultantes de uma obstrução no intestino delgado.>
'Nós nos demos por satisfeitos e agora temos essa primeira fase do pós-operatório, a. Depois das 48 horas, a gente entra em outra fase. Não tenham expectativas de uma recuperação rápida', explicou em coletiva nesta segunda-feira (14) Cláudio Birolini, médico chefe da equipe cirúrgica>
Birolini descreveu o caso como desafiador: "Era um abdômen hostil, com várias cirurgias prévias e uma parede abdominal bastante prejudicada". Apesar das dificuldades, o resultado final foi considerado excelente pela equipe e não há previsão de nova cirurgia. "Fizemos cirurgia com a ideia de que fosse definitiva. Naturalmente novas aderências vão se formar. Isso é inevitável. O resultado final ficou bastante satisfatório no momento". >
O ex-presidente permanece na UTI, recebendo suporte clínico, nutricional e medicação preventiva contra infecções. O médico Leandro Echenique, que acompanha Bolsonaro desde o atentado de 2018, classificou este como "um dos procedimentos mais complexos" que o paciente já enfrentou. "Vai ser um pós operatório complicado e prolongado", diz.>
"A nossa expectativa é que ele fique pelo menos duas semanas internado", acrescenta Birolini. O médico diz que não está programado o uso de bolsa de colostomia pelo ex-presidente. >
Bolsonaro passou mal em viagem>
O quadro de saúde do ex-presidente piorou de forma abrupta na última sexta-feira (11), durante sua agenda política no Rio Grande do Norte. O que começou como um mal-estar durante visita à cidade de Tangará evoluiu rapidamente para uma emergência médica. Testemunhas relataram que Bolsonaro, visivelmente pálido e com dificuldades para se manter em pé, precisou de atendimento imediato na zona rural antes de ser conduzido às pressas para o Hospital Municipal Aluízio Bezerra em Santa Cruz, e depois ser levado de helicóptero para uma unidade médica de Natal. >
Os primeiros exames em Santa Cruz já indicavam uma obstrução intestinal preocupante, possivelmente relacionada às sequelas do atentado sofrido em 2018. O ex-presidente apresentava fortes dores abdominais, náuseas e incapacidade de ingestão de alimentos - sintomas clássicos de um quadro que exigia intervenção cirúrgica urgente. A decisão pela transferência imediata para Brasília foi tomada após os médicos identificarem que a complexidade do caso exigia a equipe que já conhecia seu histórico médico detalhado.>