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Da Redação
Publicado em 5 de outubro de 2022 às 16:13
- Atualizado há 2 anos
Viralizou nas redes sociais uma entrevista que o presidente Jair Bolsonaro (PL) deu à revista IstoÉ Gente em fevereiro de 2000. Nela, ele defende o aborto como sendo uma "decisão do casal".>
Na mesma entrevista, ele conta sua experiência pessoal, e diz que, à época da gravidez do filho Jair Renan, teria optado pelo aborto, não fosse a mãe da criança, Cristina.>
A conversa foi conduzida pela repórter Cláudia Carneiro, que perguntou a Bolsonaro, então deputado, o que ele pensava sobre a legalização do aborto. A matéria também chama atenção para a defesa que o agora presidente fez ao fuzilamento de FHC.>
"Tem que ser uma decisão do casal", afirmou ele. A jornalista questionou se o político já tinha passado por alguma situação que exigisse essa definição.>
"Já. Passei para a companheira. E a decisão dela foi de manter. Está ali, ó", respondeu o presidente, apontando para uma foto de Jair Renan, filho que ele teve com Ana Cristina Valle. O filho 04 do presidente era um bebê na época.>
A declaração contradiz o que o presidente afirma sobre ser radicalmente contra o aborto, tema sobre o qual busca atacar o adversário Lula (PT).>
Em setembro, Bolsonaro declarou: "Nós, diferentemente do outro candidato, nós defendemos a vida desde a sua concepção. Nós dizemos 'não' ao aborto. Nós dizemos 'não' à ideologia de gênero. Nós dizemos 'não' à legalização das drogas".>
Em outro trecho, ele afirma que é católico e já leu a Bíblia, mas que raramente ia à Igreja.>
"Eu acredito em Deus. Sou católico. Mas é coisa rara ir à Igreja. Eu já li a Bíblia inteirinha, com atenção. Levei uns sete anos para ler. Você tem bons exemplos ali. Está escrito: "A árvore que não der frutos, deve ser cortada e lançada ao fogo". Eu sou favorável à pena de morte", declarou.>
As declarações do presidente começaram a viralizar nas redes sociais depois que ele foi ao segundo turno, no domingo (2).>
Na época, Bolsonaro tinha 44 anos e exercia o terceiro mandato como deputado federal. Ele costumava chamar atenção pelas declarações polêmicas, como a defesa à tortura e pena e de morte e do fuzilamento do então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).>
"Eu não xinguei o presidente, nem disse que ele não conhece o pai dele. Acho que o fuzilamento é uma coisa até honrosa para certas pessoas", afirmou ele na entrevista.>
Questionado se não era uma incitação ao crime, respondeu: "Se eu estivesse conspirando, não falaria isso. Não é difícil matar o presidente. Só tem que ter coragem. O esquema de segurança dele é falho. Por exemplo, tenho uma casa no litoral em Mambucabinha, próxima do local onde ele passeia quando vai a Angra dos Reis. Sou primeiro lugar no curso de mergulho do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro. Bastava planejar. E as chances de sucesso de se cumprir a missão são grandes. Não é difícil eliminar uma autoridade no País. Isso até serve para alertar o presidente".>
A IstoÉ Gente republicou a entrevista na íntegra na terça (4). Leia no link.>