Bolsonaro e Cid tinham 'plena ciência' de fraude no cartão de vacinação, diz PF

Corporação faz operação para investigar o caso; seis foram presos

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  • Da Redação

Publicado em 3 de maio de 2023 às 18:19

- Atualizado há um ano

. Crédito: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

A Polícia Federal afirma que Jair Bolsonaro e Mauro Cid, ajudante de ordens do ex-presidente, tinham "plena ciência" da fraude no cartão de vacinação de Bolsonaro e de pessoas próximas a ele. A informação está na representação que a PF enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF). 

A PF investiga agora uma suspeita de fraude nos registros de vacinação de Bolsonaro e da filha, Laura. As informações falsas teriam sido inseridas para ajudar na viagem de Bolsonaro aos EUA. 

A PF realizou busca e apreensão na casa de Bolsonaro na manhã desta quarta-feira (3). Cid e mais cinco pessoas foram presas. 

"Os elementos informativos colhidos demonstraram coerência lógica e temporal desde a inserção dos dados falsos no sistema SI-PNI até a geração dos certificados de vacinação contra a covid-19, indicando que Jair Bolsonaro, Mauro César Cid e, possivelmente, Marcelo Costa Câmara tinham plena ciência de inserção fraudulenta dos dados de vacinação, se quedando inertes em relação a tais fatos até o presente", afirma a PF.

A fraude teria ocorrido em dezembro do ano passado, antes de Bolsonaro viajar para os EUA. A PF diz que no dia 21 daquele mês, foram incluídas informações dando conta da aplicação de duas doses da vacina da Pfizer contra a covid-19 em Jair Bolsonaro. 

Seis dias depois, os dados foram excluídos do sistema por uma servidora que alegou que houve um erro. Ao todo, quatro certificados de vacinação foram emitidos pelo usuário associado a Bolsonaro. Dois deles antes da exclusão pela servidora e dois depois - esses últimos, não listam mais os imunizantes da Pfizer, mas somente uma dose da vacina da Janssen que teria sido aplicada em 2021. 

Um certificado também foi emitido da conta da filha caçula de Bolsonaro, em 27 de dezembro, em inglês.

O ex-presidente nega conhecimento e afirma que ele não se vacinou. A primeira-dama Michelle Bolsonaro também se pronunicou e disse que a filha não tomou a vacina, afirmando que só ela foi imunizada na casa.