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Carol Neves
Publicado em 27 de janeiro de 2025 às 09:35
A jovem Juliana Rangel, de 26 anos, falou pela primeira vez depois de 31 dias entubada em um hospital do Rio de Janeiro, depois de ser baleada por policiais rodoviários federais na véspera do Natal de 2024. Juliana passou por uma traqueostomia, quando é feita uma abertura na base da garganta para passar o ar, e ainda tem dificuldades em falar, mas celebra a recuperação. >
A paciente deixou o CTI no sábado (25) e agora continua internada em um quarto de hospital. “Quero agradecer a todos que acreditaram em mim, que eu ia voltar. Eu voltei, gente, por um milagre”, disse ela ao Fantástico, da TV Globo. >
Juliana contou que está se lembrando aos poucos do que aconteceu. "Agora eu quero me recuperar para voltar à minha vida que eu tinha antes", disse ela, afirmando que é muito grata à família por ter ficado ao lado dela nesse período. >
A enfermeira Ana Paula Lopes disse que o caso de Juliana era "muito grave". "Ela teve momentos muito difíceis e ela renascia. Ela foi muito forte. Ela foi muito guerreira".>
Relembre>
Na véspera de Natal de 2024, Juliana levou um tiro na cabeça enquanto viajava com sua família do Rio de Janeiro para Niterói, na Região Metropolitana. O pai estava dirigindo o carro, com a mãe ao lado e, no banco de trás, Juliana, seu irmão e a namorada dele. O incidente ocorreu na rodovia Washington Luís, na altura de Caxias, na Baixada Fluminense.>
Segundo a família, o carro estava a 90 km/h na pista do meio quando uma viatura da Polícia Rodoviária Federal se aproximou. Ao perceber as luzes da polícia, o pai deu passagem e mudou para a pista da direita, mas a viatura o seguiu. Sem entender o motivo, ele retornou à pista central, momento em que os policiais dispararam contra o veículo. >
Os três policiais envolvidos - Leandro Ramos da Silva, Camila de Cássia Silva Bueno e Fábio Pereira Pontes - foram afastados e tiveram suas armas apreendidas. Em nota, a Polícia Federal afirmou que as investigações estão em andamento, aguardando a conclusão da perícia técnica no local. A defesa dos agentes reforçou a versão dos policiais, alegando que, durante a abordagem, ouviram estampidos que acreditaram ser originados do carro da família, o que levou aos disparos.>