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Carol Neves
Publicado em 12 de novembro de 2024 às 16:58
A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) criticou nesta terça-feira (12) a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que busca alterar a escala 6 x 1, diminuindo a carga horária semanal do trabalhador para 36 horas. Em nota, a Abrasel avalia que essa mudança "traz potenciais impactos negativos para consumidores, sociedade e empreendedores do setor de alimentação fora do lar" e deve encarecer preços no setor, se aprovada.
Paulo Solmucci, presidente da Abrasel, afirmou que a proposta "não reflete a realidade". "É uma proposta estapafúrdia e que não reflete a realidade. As regulamentações estabelecidas pela Constituição e expressas na CLT são modernas e já trazem as ferramentas para garantir condições de trabalho dignas e justas aos colaboradores. A legislação atual permite que os trabalhadores escolham regimes de jornada adequados ao seu perfil, sem a necessidade de uma alteração constitucional que impacte a operação dos estabelecimentos em todo o Brasil, além de prejudicar os consumidores".
A Abrasel afirma que hoje em dia própria sociedade tem uma demanda de ter bares restaurantes funcionando os sete dias da semana, e a alteração da escala teria impacto nessa disponibilidade. A associação ainda diz que cerca de 95% do setor é atualmente formado por microempresas, que seriam obrigadas a reduzir o horário de funcionalmente. A folha de pagamentos é um dos maiores custos para que um empreendimento funcione, acrescenta a Abrasel.
A associação também avalia que essa redução "drástica" poderia aumentar outros custos operacionais e elevar preços finais para os clientes - uma estimativa da entidade é de alta de 15% nos preços dos cardápios. Há preocupação também com a competitividade. A Abrasel diz que levantamento feito por ela mesma mostra que um quito do setor atualmente já trabalha com prejuízo.
A PEC, proposta pela deputada Erika Hilton (PSOL-SP), ainda tenta conseguir as 171 assinaturas necessárias para começar a tramitar na Câmara dos Deputados. A partir do momento em que o texto for protocolado, se isso acontecer, ela pode ser discutida e alterada antes de ir à votação. Até agora, 134 deputados assinaram o documento, segundo balanço divulgado ontem pela própria Hilton.
Veja a lista de quem assinou (parlamentares da Bahia em negrito)