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Assassinato de jovem em BH foi premeditado e pode envolver necrofilia, diz polícia

Segundo a investigação, Thiago atraiu Clara para sua casa sob o pretexto de quitar uma dívida de R$ 400 que tinha com ela

  • Foto do(a) author(a) Carol Neves
  • Carol Neves

Publicado em 14 de março de 2025 às 10:39

Clara Maria tinha 21 anos
Clara Maria tinha 21 anos Crédito: Reprodução

A Polícia Civil de Belo Horizonte confirmou, nesta quinta-feira (13), que o assassinato de Clara Maria Venancio Rodrigues, de 21 anos, foi premeditado. A jovem foi estrangulada com um mata-leão na noite de domingo (9), e seu corpo foi enterrado e coberto com concreto na casa de um dos suspeitos, Thiago Schafer Sampaio, de 27 anos, que confessou o crime. O comparsa, Lucas Rodrigues Pimentel, de 29 anos, também admitiu participação no homicídio e na ocultação do cadáver. Ambos estão presos.

O crime ocorreu na região da Pampulha, no Bairro Ouro Preto. O corpo de Clara foi encontrado na tarde de quarta-feira (12) após a polícia ser alertada por um forte odor vindo da residência. Os bombeiros constataram que o cimento que cobria o corpo ainda estava úmido, indicando que o enterro ocorreu na terça (11). O cadáver já estava em estado de decomposição.

Segundo a investigação, Thiago atraiu Clara para sua casa sob o pretexto de quitar uma dívida de R$ 400 que tinha com ela. O namorado de Clara relatou à polícia que o casal havia visto Sampaio em uma choperia na sexta-feira (7), e que ele teria ficado ressentido ao ver Clara com o companheiro, já que havia sido rejeitado por ela anteriormente.

Clara foi à casa de Sampaio por volta das 22h45 de domingo, após ele afirmar que o dinheiro estava no local e que poderiam fumar maconha juntos. Ao entrar na kitnet, a jovem foi levada até a cozinha, onde foi estrangulada. O corpo ficou exposto nu na sala da casa até a tarde do dia seguinte, quando foi enterrado em um corredor estreito e coberto com entulhos de obra e concreto.

A polícia investiga a possibilidade de que os suspeitos tenham praticado necrofilia (uso de cadáver como objeto sexual) antes de ocultar o corpo. Um jovem próximo aos suspeitos e à vítima relatou que Lucas Pimentel já havia expressado, em um grupo de amigos, o desejo de "praticar um ato de necrofilia". Na mesma ocasião, ele teria feito apologia ao nazismo e pronunciado palavras em alemão, o que levou Clara a repreendê-lo.

Durante o depoimento, Thiago Sampaio afirmou espontaneamente que "não bateu foto e não tocou no corpo dela", declaração que chamou a atenção dos investigadores. “Isso é o inconsciente dele falando. Ninguém questionou o que ele fez com o corpo. Ele espontaneamente disse que não fez isso”, destacou o delegado Alexandre Oliveira da Fonseca.

A delegada Alessandra Wilke, responsável pelo caso, ressaltou a frieza dos suspeitos ao narrar os fatos. “Não é um criminoso que a gente está acostumado a lidar. [São] jovens, sem passagens, [...] pessoas acima de qualquer suspeita de cometer um ato bárbaro desse, que envolve até a possibilidade de apologia ao nazismo e à necrofilia. Este caso chocou até os policiais”, afirmou.

Além de Thiago e Lucas, um terceiro suspeito, Kennedy Marcelo da Conceição Filho, foi preso, mas negou envolvimento no crime e foi liberado após prestar depoimento. Ele segue sob investigação.

O caso foi registrado como feminicídio, e a polícia aguarda a conclusão dos exames periciais para detalhar as circunstâncias do crime. O assassinato de Clara Maria chocou a região e levantou discussões sobre violência contra a mulher e a brutalidade do crime.