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Após seis anos da tragédia, vítima é identificada em Brumadinho

Duas pessoas ainda são consideradas desaparecidas

  • Foto do(a) author(a) Elaine Sanoli
  • Foto do(a) author(a) Agência Brasil
  • Elaine Sanoli

  • Agência Brasil

Publicado em 7 de fevereiro de 2025 às 19:38

Maria de Lurdes da Costa Bueno Crédito: Reprodução/Redes sociais

Após seis anos da tragédia na cidade mineira de Brumadinho, a Polícia Civil reconheceu a identidade de mais uma vítima. Maria de Lurdes da Costa Bueno, de 59 anos (na época), era corretora de imóveis e moradora de São José do Rio Pardo, em São Paulo, teve identificação confirmada nesta sexta-feira (7). 

A mulher estava em Brumadinho a turismo para conhecer o Instituto Inhotim, considerado o maior centro de arte ao ar livre da América Latina. A Pousada Nova Estância, onde ele se hospedava, foi engolida pelos rejeitos. Ela estava acompanhada do marido, Adriano Ribeiro da Silva, os enteados Camila Taliberti e Luiz Taliberti, que estava também acompanhado de sua mulher Fernanda Damian, grávida de cinco meses. Todos perderam a vida no episódio.

Polícia Civil de Minas Gerais confirmou que segmentos corpóreos encontrados na região atingida pelo rompimento da barragem da mineradora Vale pertencem a Maria de Lurdes. Ela é a 268ª vítima identificada. Passados mais de seis anos da tragédia, os corpos de duas pessoas que perderam a vida no episódio - Tiago Tadeu Mendes da Silva e Nathália de Oliveira Porto Araújo - ainda estão desaparecidos.

As buscas pelas vítimas são conduzidas pelo Corpo de Bombeiros que prometeu, diversas vezes, manter os trabalhos até a identificação de todos os mortos. 

O anúncio da identificação de Maria de Lurdes foi destacado em uma publicação da Associação dos Familiares das Vítimas e Atingidos pelo Rompimento da Barragem em Brumadinho (Avabrum). "A luta por justiça, encontro, memória, não repetição e direito dos familiares não pode parar!", registra o texto. A publicação traz ainda uma foto de Maria de Lurdes com uma frase do filósofo e poeta Rubem Alves: "Aquilo que o coração ama, fica eterno".

A barragem integrava um complexo minerário da Vale na cidade de Brumadinho (MG). O colapso da estrutura no dia 25 de janeiro de 2019 liberou uma avalanche de rejeitos que deixou 270 pessoas soterradas. A maioria eram trabalhadores da própria mineradora ou de empresas terceirizadas que atuavam na mina.

A Avabrum contabiliza 272 vidas perdidas, considerando os bebês de duas mulheres que estavam grávidas. O episódio resultou ainda na destruição de comunidades e na degradação ambiental da bacia do Rio Paraopeba.

Seis anos e nenhuma punição

Até hoje, ninguém foi preso pelo rompimento da barragem. O processo criminal, inicialmente admitido na Justiça estadual, foi federalizado e atualmente está correndo o prazo para que os réus apresentem a defesa. 

Dezesseis pessoas haviam sido denunciadas, entre nomes associados à Vale e também à Tüv Süd, consultoria alemã que assinou o laudo de estabilidade da barragem. No entanto, o ex-presidente da mineradora, Fábio Schvartsman, obteve no ano passado um habeas corpus e deixou a condição de réu.

Há duas semanas, no marco dos seis anos da tragédia, a Avabrum coordenou um ato para homenagear os entes queridos e reiterar sua luta contra a impunidade. No ato, foi inaugurado o Memorial Brumadinho, pensado para ser um espaço de homenagem e de conexão com as vítimas. A construção foi uma exigência das famílias dos mortos.