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Após morte de empresário em Santos, médico explica os riscos da ressonância magnética

De acordo com Dr. Antonio Carlos Matteoni, exame traz preocupação apenas em casos de pacientes com placas metálicas no corpo

  • Foto do(a) author(a) Elaine Sanoli
  • Elaine Sanoli

Publicado em 28 de outubro de 2024 às 10:53

A morte do empresário Fábio Mocci Rodrigues Jardim, de 42 anos, na cidade de Santos, litoral de São Paulo, durante uma ressonância magnética do crânio deixou o Brasil em alerta para possíveis riscos da realização do exame, amplamente realizado em todo o país. De acordo com o Dr. Antonio Carlos Matteoni, membro do Departamento de Radiologia do New York University Medical Center e vice-presidente da Federação Mundial de Ultrassonografia, o procedimento é seguro, com exceção dos casos em que o paciente possui dispositivos metálicos alocados no corpo.

O médico explica que o campo magnético criado pelo aparelho utilizado no exame pode ocasionar o deslocamento dos dispositivos no corpo do paciente. "O risco mais frequente que pode acontecer é, por exemplo, [haver a presença] de uma placa, mas isso não iria levar à morte," ressalta o radiologista, em entrevista ao CORREIO.

De acordo com a família do empresário Fábio, eles receberam a informação de que ele havia sofrido um infarto fulminante, mas o Serviço de Verificação de Óbito (SVO) considerou o caso como uma "morte suspeita" e pediu que o Instituto Médio Legal (IML) fizesse a necropsia. Embora ainda não haja um laudo concreto, o Dr. Matteoni sugere a possibilidade de uma reação à claustrofobia.

"Esse paciente ele pode ter tido um infarto em decorrência da claustrofobia e levou a uma parada cardiorrespiratória", diz. "É bem provável que talvez a claustrofobia possa ter levado a um infarto ou que ele não tenha tido a claustrofobia e foi apenas uma coincidência. A ressonância magnética em si, seguramente, não tem nada a ver com o óbito dele", defende.

De acordo com Matteoni, uma outra possibilidade que pode ser descartada seria uma alergia ao gadolínio, metal usado nas máquinas de ressonância, dada a raridade do índices de alergia ao elemento químico. "Eu não sei se no caso dele foi ou não utilizado meio de contraste, mas é extremamente raro ele causar reação alérgica e realmente você não vê na literatura relato de óbitos ou reações alérgicas ao gadolínio, é um contraste extremamente seguro". Outras alergias não levariam à complicações na realização do exame, que dura de 5 a 10 minutos ou de 20 a 30, a depender do equipamento e finalidade do exame.

A clínica geral Liz Cedraz, reforça a seguridade do procedimento ao afirmar que não há uso de radiação na realização do exame. "No geral, a ressonância é um exame seguro, não incide radiação pois utiliza campo magnético para a formação das imagens", esclarece. "Os maiores riscos associados ao exame são de reações alérgicas (relacionado ao uso de contraste), se o paciente tem claustrofobia (devido ao ambiente fechado, barulho durante o exame), e se o paciente possui algum dispositivo metálico, ou projétil em alguma parte do corpo, pois podem sofrer interferência ou serem movimentados pela ação do campo magnético criado", destaca.