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Amigo de condutor do Porsche sai da UTI e deve prestar depoimento

Rocha está hospitalizado em uma unidade do Hospital São Luiz desde o acidente que matou o motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana, de 52 anos

  • Foto do(a) author(a) Estadão
  • Estadão

Publicado em 10 de abril de 2024 às 23:46

null Crédito: Reprodução

O estudante Marcus Vinicius Rocha, de 22 anos, que estava no banco do passageiro do Porsche conduzido pelo empresário Fernando Sastre de Andrade Filho, de 24, apresentou melhora no seu quadro de saúde e deixou a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no hospital onde está internado, em São Paulo.

De acordo com o advogado do jovem, Roberto Soares Lourenço, Rocha foi transferido para um quarto do hospital na última terça-feira, 9, e se encontra lúcido e consciente. "Eu pude conversar com o Marcus, ele disse que lembra de tudo (do acidente) e que está à disposição das autoridades para prestar depoimento", disse o defensor.

Rocha está hospitalizado em uma unidade do Hospital São Luiz desde o acidente que matou o motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana, de 52 anos, na madrugada do dia 31 de março, na zona leste da capital paulista. Ele estava como carona do amigo, o empresário Fernando Sastre de Andrade Filho, que bateu o Porsche que conduzia contra o Renault Sandero de Viana, na Avenida Salim Farah Maluf, zona leste de São Paulo.

A vítima estava trabalhando como motorista de aplicativo no momento da batida. Ela chegou a ser socorrida, mas não resistiu e morreu por traumatismos múltiplos momentos depois do acidente

Rocha também foi hospitalizado por conta da colisão, e chegou ser entubado e ficar em coma. Ele teve quatro costelas quebradas e precisou retirar o baço em uma das duas cirurgias que precisou ser submetido. No outro procedimento, realizado na última segunda, o jovem colocou drenos na altura do pulmão para retirar o excesso de água na região da pleura, que se acumulou em decorrência do acidente.

"Ele ainda está com os drenos, que devem ser retirados nos próximos dias", disse Lourenço. "O Marcus Vinícius responde bem ao tratamento, está bem, e deve receber alta na próxima semana", afirmou o advogado. Não há uma data prevista para o depoimento de Rocha sobre o acidente.

Namorada de Fernando nega que o empresário tenha ingerido bebida alcoólica

Em depoimento à polícia no 30º DP (Tatuapé), na última terça, 9, a namorada do empresário Fernando Sastre de Andrade Filho diz que o companheiro não ingeriu bebida alcoólica antes do acidente A informação foi confirmada ao Estadão por fontes ligadas às investigações.

O casal estava com Marcus Vinicius Rocha e a namorada dele em uma casa de pôquer antes do acidente. Em depoimento à polícia, a mulher afirmou que houve uma briga entre o grupo, na saída do evento, por entender que o empresário estava "alterado" e que ele não deveria dirigir o carro.

A namorada de Fernando teria dado outra versão para a briga: a de que o casal teria discutido porque ela queria ir embora da casa de pôquer, mas o empresário queria ficar porque estaria ganhando nos jogos.

A advogada de Fernando Sastre Filho, Carina Acado Garcia, acompanhou o depoimento da namorada do empresário. Ao Estadão, a defensora diz que não defende a depoente porque não ela está sendo investigada.

Empresário responde ao processo em liberdade

A Polícia Civil indiciou Andrade Filho. A Justiça de São Paulo negou dois pedidos de prisão contra Andrade Filho, que responde o processo em liberdade.

À polícia, o empresário negou que estivesse dirigindo sob efeito de álcool. Disse também que estava um pouco acima de 50 km/h (velocidade permitida na via), embora as imagens de monitoramento da avenida tenha registrado uma colisão forte entre os dois veículos.

A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) afirmou que os radares de velocidade da região estavam desativados no momento da colisão.

Andrade Filho afirmou também não fugiu do local do acidente e que teria sido o último a sair do local da ocorrência, ao lado de sua mãe. Ele se apresentou à delegacia quase 40 horas depois do episódio.

O inquérito deve durar no mínimo 30 dias. Apesar dos avanços, há ainda testemunhas centrais para serem envolvidas, como o próprio Marcus Vinícius e os policiais militares que atenderam a ocorrência.