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Alunos de medicina aparecem com faixa que faz apologia ao estupro

Imagem viralizou na internet

  • Foto do(a) author(a) Carol Neves
  • Carol Neves

Publicado em 19 de março de 2025 às 07:56

Alunos de medicina da Santa Marcelina com faixa
Alunos de medicina da Santa Marcelina com faixa Crédito: Reprodução

A Faculdade Santa Marcelina, uma das mais tradicionais instituições de ensino de Medicina de São Paulo, abriu uma sindicância para apurar a exibição de uma faixa com mensagem de apologia à violência sexual durante o Intercalo, competição esportiva universitária realizada no último sábado (15). A faixa, que trazia a frase "entra porra escorre sangue", foi erguida por membros da Atlética antes de uma partida de handebol e gerou forte repercussão interna, levando a notas de repúdio de entidades estudantis e da própria faculdade. As informações foram divulgadas pelo Uol. 

A foto, que circulou em grupos internos da instituição, mostrava integrantes da Atlética, incluindo uma mulher, segurando a faixa. O presidente da Atlética pediu desculpas publicamente, alegando que não havia lido o conteúdo da mensagem antes de posar para a imagem. Em nota oficial, a entidade atribuiu a confecção da faixa aos calouros e anunciou o afastamento do presidente e dos vice-presidentes da gestão 2025. Além disso, afirmou que todos os membros presentes na foto enfrentarão consequências disciplinares.

Segundo relatos de alunos, a faixa foi feita após um treino de futsal na quinta-feira (13), com participação direta de atleticanos. A frase teria sido inspirada em uma música que já havia sido banida pela faculdade em 2017 por conter letras que faziam apologia à violência sexual, com versos como "entra porra e sai sangue". O Centro Acadêmico Adib Jatene e outras entidades estudantis classificaram o episódio como uma apologia ao estupro, exigindo medidas firmes contra os responsáveis.

A Faculdade Santa Marcelina emitiu uma nota repudiando o ocorrido e afirmou que os envolvidos serão penalizados de acordo com a gravidade da infração, podendo sofrer desde advertências até suspensão ou expulsão. A instituição também informou que acionou as autoridades competentes para investigar o caso. O Ministério Público ainda não se manifestou sobre o assunto.

O Coletivo Feminista Francisca, da faculdade, cobrou um posicionamento mais enérgico da Atlética e reforçou o compromisso de combater atos que atentem contra a dignidade humana. Em sua nota, o coletivo afirmou: "Os machistas, os misóginos e os patriarcais não passarão enquanto nós estivermos aqui, unidas e prontas para lutar contra qualquer ato que fira a nossa dignidade humana".