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Carol Neves
Publicado em 8 de janeiro de 2025 às 12:52
O presidente Lula (PT) falou nesta quarta-feira (8) sobre os dois anos dos ataques golpistas de 8 de janeiro, no Distrito Federal. "Hoje é dia de dizermos em alto e bom som: ainda estamos aqui. Estamos aqui para dizer que estamos vivo e que a democracia está viva, ao contrário do que planejavam os golpistas de 8 de janeiro de 2023", disse o petista.
A fala traz uma referência ao filme "Ainda Estou Aqui", de Walter Salles, que rendeu um Globo de Ouro de melhor atriz a Fernanda Torres, no domingo passado.
O presidente falou em uma cerimônia que marca os dois anos dos ataques. Na data, apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) invadiram as sedes dos Três Poderes e causaram destruição na capital do país. Até agora, o Supremo Tribunal Federal (STF) condenou 375 réus pelos ataques.
O presidente continuou, afirmando que a ditadura não vai voltar ao Brasil. "Estamos aqui mulheres e homens de diferentes origens crenças, unidos por uma causa em comum. Estamos aqui para dizer alto e bom som ditadura nunca mais, democracia sempre", acrescentou. "Estamos aqui porque é preciso lembrar, para que ninguém esqueça, para que nunca mais aconteça".
Lula repetiu também que os responsáveis pelos ataques vão ser punidos, incluindo aí os suspeitos de um plano para matar o presidente, o vice Geraldo Alckmin e o ministro do STF Alexandre de Moraes. "Sempre seremos implacáveis contra quaisquer tentativas de golpe. Os responsáveis pelo 8 de janeiro estão sendo investigados e punidos. Ninguém foi ou será preso injustamente. Todos pagarão pelos crimes que cometeram, inclusive os que planejaram o assassinato do presidente, vice-presidente da República e do presidente do tribunal superior eleitoral. Terão amplo direito de defesa e terão direito à presunção de inocência", disse Lula.
O petista se definiu como um "amante da democracia". "Não sou nem marido, eu sou um amante da democracia. porque a maioria das vezes os amantes são mais apaixonados pela amante do que pelas mulheres. Eu sou um amante da democracia", disse.
Ele também falou das obras que foram vandalizadas no ataque. Várias restaurações estão sendo entregues hoje. "A arte e a cultura, que as ditaduras odeiam, a história e a memória que sempre tentaram apagar. Estamos aqui porque é preciso lembrar para que nunca mais aconteça. Se hoje estamos aqui, é porque a democracia venceu. Hoje, estamos aqui para garantir que ninguém seja morto por causa da causa que defenda, estamos aqui em nome de todas as Marias, Clarices e Eunices. Democracia para poucos não é democracia plena. Por isso, democracia é sempre uma obra em construção", definiu.