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Da Redação
Publicado em 20 de abril de 2022 às 21:52
Jonathan Lopes Duarte foi sentenciado a 83 anos de reclusão pelo homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver e participação em organização criminosa. As informações são do Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE). O crime pelo qual ele foi condenado ocorreu em 2018, quando três jovens foram mortas vítimas de decapitação e tortura.>
As ações criminosas aconteceram em um mangue no bairro Vila Velha, em Fortaleza, e foram filmadas pelos próprios envolvidos. A decapitação de uma das vítimas aconteceu quando ela estava viva e toda a ação foi divulgada em redes sociais, imagens de extrema violência.>
O crime aconteceu no dia 2 de março de 2018 e vitimou Nara Aline Mota de Lima, de 23 anos, Ingrid Teixeira Ferreira, de 22 anos e Darcyelle Ancelmo Alencar, de 31 anos. Elas foram identificadas por exame de DNA devido o estado de putrefação e esquartejamento. Os corpos foram encontrados no dia 9, sete dias após a morte.>
O crime foi investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que prendeu, inicialmente, Rogério Araújo de Freitas, de 26 anos, o Chocolate, que confessou ter esquartejado as vítimas. Além dele, Francisco Robson de Souza Gomes, o Mitol, de 28 anos, o Bruno Araújo de Oliveira, conhecido como Bruno Biloco, de 25 anos, Jeilson Lopes Pires, de 22 anos, Júlio César Clemente Silva, o Léo Bifão, 30, foram detidos no mesmo período.>
Já o Jonathan Lopes Clemente foi preso posteriormente, pois não havia sido encontrado na época da notificação. A investigação do DHPP apontou que a ordem para a morte das moças partiu de dentro do presídio. Durante as prisões, a Delegada Cláudia Guia, que acompanhou o caso, informou que durante os depoimentos, alguns dos criminosos afirmaram que o alvo do crime era Nara, a moça de cabelo curto, que havia se mudado do Maracanaú, Região Metropolitana, para a Barra do Ceará, em Fortaleza. Para eles, a Nara era da facção rival.>
Já a Darciyelle e a Ingrid foram executadas pois estavam no momento do sequestro e foram junto. Elas viram os acusados e foram testemunhas. Nara foi a primeira a ser morta, em seguida Ingrid e Darcyelle. As vítimas foram obrigadas a gravar vídeos rasgando a camisa do Comando Vermelho, ou seja, afirmando que estavam saindo da organização criminosa.>
Parte dos integrantes do grupo afirmavam que foram ao local por curiosidade, mas não confessaram ter participado do crime. Vídeos que mostram as decapitações e torturas chegaram a ser encaminhados aos familiares das vítimas, antes que os corpos fossem encontrados, o que aumentava a angústia de todos. Um adolescente indicou o lugar onde estariam os corpos, era um mangue e as vítimas haviam sido enterrados em covas. Para chegar ao local, que era uma espécie de ilha, havia necessidade de um pequeno trajeto de barco. Ali, a Polícia encontrou as três mulheres.>
Outros condenados do caso>
Em 2019, o réu Francisco Robson de Souza Gomes, que está preso na Penitenciária Federal de Campo Grande, em Mato Grosso do Sul, foi condenado a 85 anos e 6 meses de prisão.>
Bruno Araújo de Oliveira, Jeilson Lopes Pires, Rogério Araújo de Freitas e Júlio César Clemente da Silva foram sentenciados, respectivamente, a 78 anos e 6 meses; 85 anos; 78 anos; e 8 anos e 6 meses, todos inicialmente em regime fechado.>