Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Carol Neves
Publicado em 21 de março de 2025 às 11:52
Um gesto associado a uma facção criminosa roubou a cena durante a escolta dos acusados pelo homicídio de Igor Peretto, em Praia Grande (SP). O vereador Tiago Peretto, irmão da vítima, divulgou vídeos que mostram Mario Vitorino, um dos acusados, fazendo o sinal antes da audiência de instrução e julgamento do caso, realizada na última quinta-feira (20). "Esse símbolo que ele faz é de uma facção criminosa", afirmou Peretto, que também criticou o comportamento dos três suspeitos, acusando-os de "debochar da população" enquanto eram levados ao Fórum da cidade. As informações são do G1.>
O advogado Mario Badures, que representa Mario Vitorino, disse que não gostaria de comentar a fala do vereador. >
O crime, considerado "chocante e violento" pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP), ocorreu no dia 31 de agosto de 2024, no apartamento da irmã de Igor. Além de Mario, estão envolvidos no caso a viúva de Igor, Rafaela Costa, e sua irmã, Marcelly Peretto. Segundo a promotoria, o trio planejou o homicídio, motivado por um triângulo amoroso e por vantagens financeiras.>
A audiência foi adiada para o dia 7 de maio devido ao grande número de testemunhas a serem ouvidas. Enquanto isso, os advogados de defesa se mantêm confiantes. Leandro Weissmann, representante de Marcelly, afirmou que as prisões são injustificadas e que as informações divulgadas na mídia não condizem com as provas. "Eis que a sua prisão se mostra injustificada e as 'verdades' trazidas por pseudo-blogueiros e influenciadores não condizem com as provas dos autos, enganando a população e incitando-os contra a minha cliente", disse.>
Marcelo Cruz, advogado de Rafaela, destacou que a fase de produção de provas ainda está em andamento. "Testemunhas serão ouvidas, e será a primeira oportunidade para construção das provas dentro do chamado contraditório. Nessa fase, acusação e defesa têm oportunidade de produzir provas", afirmou.>
O MP-SP alega que o crime foi premeditado, com o trio planejando cada detalhe para eliminar Igor, considerado um "empecilho" em seus relacionamentos íntimos. A promotoria também destacou que a morte traria benefícios financeiros aos acusados. Mario assumiria a liderança da loja de motos que tinha em sociedade com Igor, enquanto Rafaela receberia herança. Marcelly, que mantinha relacionamentos com ambos, também seria beneficiada.>
O laudo necroscópico revelou que Igor teria ficado tetraplégico se sobrevivesse ao ataque violento. O trio foi preso temporariamente em setembro e, após a denúncia do MP-SP, as prisões foram convertidas em preventivas. Rafaela e Marcelly se entregaram, enquanto Mario foi encontrado escondido na casa de um tio da viúva, em Torrinha (SP).>
O caso continua sob investigação, com expectativa de que novas audiências tragam mais esclarecimentos sobre o crime que chocou a região. O assistente de acusação, Felipe Pires de Campos, expressou confiança de que "tudo irá transcorrer da melhor forma possível, confiando no que desde a investigação já vinha se demonstrando e, ao final, todos sejam pronunciados".>