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Da Redação
Publicado em 6 de março de 2024 às 16:26
A família de Nilton Ramon de Oliveira, entregador vítima de disparos de um Policia Militar na última segunda-feira (4) no Rio de Janeiro, afirmou em entrevista ao G1, estar sendo ameaçada e temer possíveis represálias da PM do estado. >
"Ontem estávamos na porta do Salgado Filho e enquanto minha esposa dava entrevista no hospital, tinha policiais gravando ela, tirando foto, zombando e rindo. Na minha concepção, policiais são pagos para proteger, não coagir, e ela se sentiu coagida", afirma Luiz Carlos, cunhado de Nailton.>
Luiz relatou estar em contato com a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) e solicitando uma medida protetiva para toda a família com a ajuda do órgão.>
"A gente não sabe o que pode acontecer. O policial cometeu uma tentativa de homicídio contra meu cunhado, não pode ficar impune", argumentou.>
O policial Roy Martins Cavalcanti fez um pedido no estabelecimento comercial Porto do Sabor da Praça Saiqui, em Vila Valqueire. Nilto foi realizar a entrega no portão do endereço e a confusão teve início quando o rapaz se recusou a subir para levar o pedido até Roy. Os dois discutiram através do aplicativo e o policial se recusou a encontrar o entregador.>
Nilton então retornou ao restaurante com o pedido e foi seguido pelo PM. Na frente do estabelecimento os dois continuaram a discussão.>
Apesar de ter justificado o disparo afirmando que Nilton teria tentado pegar a sua arma,colegas do entregador, que presenciaram o ocorrido alegam que não viram o rapaz tentar atacar o PM.>
Em uma participação no programa “Encontro com Patrícia Poeta” desta quarta-feira (6), o entregador Yuri Oliveira afirmou que em nenhum momento viu o colega tentar retirar arma de Roy Martins Cavalcanti. O homem contou que do lado de fora do estabelecimento, quando a discussão pareceu ter cessado e cada um foi para um lado, o policial voltou a confrontar o entregador.>
“Foi uma confusão muito generalizada. Era muito xingamento de ambas as partes. Mas o Nilton estava se sentindo muito acuado porque o PM estava armado. Ele já tinha sacado a arma pra ele antes dentro do restaurante. Tivemos que apaziguar”, contou Iuri.>
Nilton foi atingido por um tiro na coxa e segue internado em estado grave CTI do Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier.>