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Carol Neves
Publicado em 26 de março de 2025 às 14:08
Um conflito corporativo de alto escalão coloca frente a frente duas gigantes do setor farmacêutico brasileiro. De um lado, a EMS, comandada por Carlos Sanchez; do outro, a Hypera, fundada por João Alves de Queiroz Filho (Júnior), com valor de mercado superior a R$ 12 bilhões. O cerne da disputa: a tentativa de Sanchez, que já detém até 8% da concorrente, de ganhar influência direta na administração da rival. As informações são do colunista Graciliano Rocha, do Uol.>
A crise começou em outubro de 2023, quando Sanchez propôs uma fusão por meio de uma oferta pública de aquisição (OPA) de R$ 30 por ação — prêmio de 39% sobre o valor de mercado na época. A rejeição foi imediata por parte de Júnior, desencadeando uma guerra por espaço no conselho da Hypera. O controlador da EMS passou a articular a indicação de aliados, incluindo seu amigo próximo Lírio Parisotto, executivo com quem mantém sociedades pessoais em negócios como vinícolas e até um barco.>
A estratégia de Sanchez, porém, enfrentou resistência. Júnior reagiu formando um bloco de controle com a mexicana Maiorem e a Votorantim, somando 54% do capital. A aliança prepara uma chapa para a eleição do conselho que inclui o próprio fundador — após sete anos afastado — e bloqueia a influência da EMS. O impasse revela os riscos da proximidade entre executivos de empresas concorrentes: Parisotto enfrenta questionamentos sobre possível conflito de interesses, dada sua relação íntima com Sanchez e o acesso a informações sensíveis de ambas as farmacêuticas.>
Enquanto a EMS busca ampliar sua voz na concorrente, a Hypera tenta blindar sua governança. O desfecho pode redefinir não apenas o futuro das duas empresas, mas também o equilíbrio de poder no setor farmacêutico nacional.>